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Publicado em 10 de Outubro às 09:38:41

Monitor de Atividade: Setor de serviços deve avançar 0,6% m/m em agosto

Pandemia e Vacinação

Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 467,6 milhões, ante 467,5 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos uma dose permaneceu em 85,9%. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo avançou 0,1 p.p., chegando a 81,4% da população. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, se manteve no patamar de 56,1% da população brasileira.

Neste domingo, o Brasil registrou 9 mortes por Covid e 482 novos casos, informou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com isso, o número de vítimas fatais da doença no país desde o início da pandemia chegou a 686.851, e o total de casos aumentou para 34.719.507. A média móvel dos últimos 7 dias, de acordo com as secretarias estaduais, foi de 76 óbitos e mais de 5 mil novos casos diariamente. O número registrado é 35% maior que cálculo de duas semanas atrás, o que demonstra tendência de alta pelo 6° dia consecutivo.

A China anunciou que vai impor restrições de viagens para toda a região de Xinjiang após novo aumento de casos de covid-19. A medida faz parte da política de “covid zero” adotada pelo governo central do país, que prevê o fechamento de bairros e até cidades inteiras após a detecção de surtos da doença. A Comissão Nacional de Saúde da China disse que, na última quinta-feira, foram registrados 97 novos casos de covid-19 em Xinjiang. No dia anterior, foram encontrados 91 casos. Todos eram assintomáticos. Com as novas restrições, trens e ônibus dentro e fora da região foram suspensos e o número de passageiros que podem chegar por avião foi reduzido para 75% da capacidade nos últimos dias, segundo a mídia chinesa.

Os Estados Unidos trabalham com parceiros internacionais visando doar vacinas contra a Covid-19 ao mundo e pôr fim à pandemia. O apoio dos EUA em favor da luta global contra a Covid-19 inclui a doação de mais de 623 milhões de doses de vacinas* para outros países, contribuir com US$ 4 bilhões para a Gavi (Aliança de Vacinas de apoio à Covax) iniciativa global que busca distribuir de forma equitativa vacinas seguras e eficazes contra a Covid-19 em todo o mundo e, por fim, distribuir medicamentos essenciais, suprimentos e métodos terapêuticos, bem como outros tipos de assistência, a fim de ajudar países a reconstruir economias, superar a escassez de alimentos e fortalecer a segurança sanitária.

Depois de três fortes ondas, a Inglaterra tem visto um aumento de 25% de diagnósticos da doença entre a população de 70 anos ou mais. Os dados vêm do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS), que contabilizou 1.327.900 pessoas no Reino Unido com a doença na semana que terminou em 26 de setembro (aumento de 267.400 em relação à semana anterior). Esse é o maior número registrado no país desde agosto. Especialistas apontam que a causa mais provável do aumento das infecções seja a diminuição da imunidade, porque na Inglaterra a maioria das pessoas não toma uma dose da vacina desde o inverno passado. Apenas 40% das pessoas com mais de 75 anos tomaram o reforço do outono.

Mais de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram reportados nos países da Europa na semana de 26 de setembro a 2 de outubro. Alta é de 8% em relação ao período anterior, segundo o boletim semanal da OMS (Organização Mundial da Saúde). O maior número de novos casos, no entanto, foi notificado na Alemanha, que teve 400.214 novos casos reportados no período. A seguir vêm: França, com 264.889; e Rússia, com 256.106. Já as mortes ficaram em torno de 2.500 de 26 de setembro a 2 de outubro, redução de 17% em relação à semana anterior. O maior número de mortes ocorreu na Rússia (711), Itália (263) e França (208).

Agenda da Semana

Frequência Mensal – Indústria

Indústria: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE referente ao mês de agosto. Nesse sentido, os dados apontaram para contração de setor de 0,6% m/m, revertendo a expansão de julho. O resultado veio levemente melhor que a expectativa mediana do mercado que aguardava por uma contração de 0,7% m/m. Nesse mês, houve queda tanto na indústria de transformação (-0,2% m/m) quanto na extrativa mineral (-3,6% m/m). Na variação interanual, o setor avançou 2,8% a/a, acumulando queda de 1,3% no ano e de 2,7% nos últimos 12 meses, de modo que, o setor segue 1,5% abaixo do nível pré-pandemia. O carrego estatístico para o ano de 2022 ficou em -0,4%. Já para o terceiro trimestre de 2022 este número apontou para estabilidade (0%), em linha com o nosso cenário de estabilidade no desempenho do setor, diante do cenário macroeconômico marcado por uma taxa de juros elevada e da normalização do padrão de consumo das famílias que tende a beneficiar o dispêndio em serviços em detrimento ao de bens. Embora o número cheio aponte para uma contração do setor, este resultado se deu ao resultado negativo concentrado em 8 das 26 atividades pesquisadas, sendo a produção de derivados do petróleo (-4,2%) e a indústria extrativa (-3,6%) as que mais contribuíram para a queda, em linha com o aumento do risco de recessão global. Por outro lado, os destaques positivos ficaram com os segmentos de veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%) e de máquinas e equipamentos (12,4%). Vale destacar que o desempenho do segmento de máquinas e equipamentos está intimamente ligado com a própria dinâmica do setor industrial de investimentos em capacidade produtiva, e já se encontra 19,1% acima do nível pré-pandemia.

Setor de Serviços

Serviços:  Na próxima semana, será divulgada a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE referente ao mês de agosto. Nesse sentido, os indicadores antecedentes do setor apontam para uma desaceleração na margem do setor em relação ao número observado em julho, com destaque para a Sondagem de Serviços da FGV que saiu de expansão de 2,2% m/m para contração de 0,2% m/m em agosto. Entretanto, a atual conjuntura econômica ainda deve beneficiar a expansão do setor de serviços nos próximos meses, visto que a recuperação do mercado de trabalho e as medidas de impulso à demanda aprovadas pelo governo em um ambiente de normalização do padrão de consumo das famílias geram um vetor positivo de crescimento para o setor. Em contrapartida, o encarecimento do custo do crédito e a deterioração do poder de compra das famílias, em face do elevado nível inflacionário devem limitar os ganhos no mês de setembro. Nesse contexto, projetamos expansão de 0,6% m/m do setor de serviços na margem e de 8,0% a/a na comparação interanual.

Setor de Varejo

Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE referente ao mês de agosto. Nesse sentido, o relatório registrou contração de 0,1% m/m do setor varejista, resultado levemente melhor que o consenso de mercado que era de contração de 0,2% m/m. Além disso, o IBGE revisou a leitura de julho, de uma queda de 0,8% m/m para -0,5% m/m. Com este resultado, o setor varejista se encontra 1,1% acima do patamar pré-pandemia e acumula, em 2022, um crescimento de 0,5%. Entretanto, nos últimos 12 meses, o setor acumula uma queda de 1,4%. Vale destacar que a contração no mês reflete o desempenho negativo em apenas 3 das 8 categorias pesquisas. Os destaques positivos vão para as vendas de Combustíveis e Lubrificantes (3,6%), refletindo a queda dos preços nos últimos meses que têm impulsionado o volume de vendas; Móveis e Eletrodomésticos (1,0%); e Hiper, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (0,2%). Este último corresponde a cerce de 50% do setor varejista e foi responsável pela ancoragem do resultado do mês. Na ponta negativa, os destaques vão para Equipamentos e Material para Escritórios, Informática e Comunicação (-1,4%); e Outros Artigos e Uso Pessoal e Doméstico (-1,2%), sendo responsável pela maior contribuição baixista para o resultado de agosto. Em relação ao Varejo Ampliado, a queda foi mais acentuada (-0,6% m/m), refletindo a alta da venda de Veículos, Motos, Partes e Peças (4,8%) ter sido compensada pelo recuo nas vendas de Material de Construção (-0,8%), que vem perdendo tração nos últimos meses, visto que chegou a ficar 12% acima do patamar pré-pandemia e hoje se situa apenas 1,6% acima. O desempenho lateralizado do setor de varejo está em linha com o nosso cenário. Na nossa avaliação a política monetária contracionista e o elevado nível inflacionário devem compensar os efeitos positivos da expansão do mercado de trabalho e das medidas de impulso à demanda aprovadas no Congresso nacional. Além disso, o cenário de transição dos gastos com bens para serviços é um fator adicional baixista para o setor.

Demais Indicadores

Demais Indicadores: Não houve divulgações na última semana.

Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.

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