Pandemia
No Brasil, há média de 67 óbitos nos últimos sete dias, a mais baixa desde o final de novembro, com tendência de queda. A média de casos conhecidos está em 19,1 mil casos por dia. A Fiocruz emitiu uma nota de alerta na última sexta-feira para um “aumento considerável” de possíveis casos da variante XBB do coronavírus Sars-CoV-2, a mais transmissível já detectada, no país. Em comunicado, a instituição brasileira destacou que a nova cepa do vírus causador da Covid-19 tem se disseminado mundialmente, especialmente a linhagem XBB.1.5. (chamada de Kraken) nos Estados Unidos, associada a um aumento de hospitalizações pela doença no Brasil.
A China informou oficialmente que registrou quase 60 mil mortes relacionadas à Covid-19 em pouco mais de um mês, o primeiro grande número de mortes publicado pelo governo desde que flexibilizou suas rígidas medidas sanitárias em dezembro. Este saldo não inclui os óbitos registrados fora dos hospitais. O número inclui 5.503 mortes causadas por insuficiência respiratória diretamente devido ao vírus e 54.435 mortes causadas por doenças subjacentes combinadas com a covid. A China é acusada de não declarar todas as mortes causadas pelo vírus desde que abandonou sua política de “covid zero” em dezembro. Segundo as autoridades de saúde, a idade média dos falecidos é de 80,3 anos e mais de 90% das vítimas mortais tinham mais de 65 anos. A maioria sofria de doenças subjacentes. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou a necessidade de dados sobre a Covid -19 na China e ressaltou a necessidade de compartilhar informações sobre as cepas em circulação, assim como se os casos têm aumentado ou diminuído.
Cerca de 900 milhões de pessoas na China, um total de 64% da população de cerca de 1,4 bilhão, tiveram covid-19 desde o início da pandemia, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Pequim. O novo relatório também trouxe estimativas das taxas de infecção para diferentes províncias, incluindo cerca de 91% na província de Gansu, aproximadamente 84% na província de Yunnan e cerca de 80% na província de Qinghai. As mortes acumuladas desde dezembro ultrapassaram 345 mil e devem chegar a 1,7 milhão até o final de abril.
Dados de Frequência Diária
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Na última semana, foram divulgados os dados referentes à produção de veículos da Anfavea, tráfego pesado nas rodovias da ABCR e a produção de papel ondulado da ABPO do mês de dezembro. Nesse sentido, os dados apontaram para a expansão de 7,0% m/m na produção de veículos, o segundo mês consecutivo de significativa alta na margem. Entretanto os resultados não foram suficientes para compensar a contração do mês de outubro, de modo que, a produção segue 1,6% abaixo do nível observado em setembro. Na mesma direção, o tráfego pesado nas rodovias avançou 0,6% m/m na passagem de novembro para dezembro. Apesar da alta, o índice segue abaixo do nível observado em setembro. Por fim, a produção de papel ondulado recuou 0,8% m/m, acumulando uma sequência de cinco contrações consecutivas. Com a divulgação destes dados e os sinais mistos apresentados pelo conjunto de indicadores antecedentes da indústria para o mês de dezembro, nossa projeção preliminar é de contração de -0,1% m/m da atividade industrial.
Setor de Serviços
Na última semana tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE referente ao mês de novembro. Nesse sentido, os dados apontaram que o volume de serviços ficou estável (0,0% m/m) na passagem de outubro para novembro, vindo pior que a mediana de mercado que era de 0,2% m/m (Bloomberg). Na comparação interanual, a expansão foi de 6,3% a/a, dando sequência a uma série de 21 altas consecutivas. Com este resultado, no acumulado do ano, o volume de serviços avançou 8,5% frente a igual período do ano anterior, e o acumulado nos últimos 12 meses assinalou perda de dinamismo ao passar de 9,0% em outubro para 8,7% em novembro, o menor resultado desde out/21. Com isso, o setor de serviços se encontra 10,7% acima do nível pré pandemia e 0,5% abaixo do ponto mais alto da série (set/22), deixando carrego de 0,3% para o 4º trimestre e de 8,0% para o ano de 2022. No mês de novembro, a variação nula foi composta pelo recuo de três dos cinco grupos que o compõem. O destaque foi informação e comunicação (-0,7%), que eliminou parte do ganho acumulado no período julho-outubro (5,1%). As demais retrações do mês vieram de outros serviços (-2,2%), eliminando boa parte do avanço de 2,8% em outubro, e de serviços prestados às famílias (-0,8%). Este grupo teve seu segundo mês de recuo, acumulando baixa de 2,1% no período, o que faz com que esteja 6,7% abaixo do nível pré-pandemia e 14,9% abaixo do pico da série (maio/14). Na nossa avaliação, a perda de dinamismo do setor de serviços reflete os efeitos da política monetária contracionista, elevados níveis de inadimplência e de inflação que vem reduzindo a demanda por serviços nos últimos meses. Em contrapartida, vetores altistas devem impedir que o setor apresente resultado negativos nas próximas leituras, em linha com a recuperação do mercado de trabalho, a aprovação de políticas de impulso à demanda e a normalização do perfil de consumo do brasileiro.
Setor de Varejo
Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE referente ao mês de novembro. Nesse sentido, os dados surpreenderam negativamente o mercado ao sinalizar contração de 0,6% m/m do volume de vendas no varejo. Na comparação interanual, o volume de vendas no varejo se expandiu 1,5% a/a, o quarto mês consecutivo de alta. Desse modo, o setor varejista se encontra 2,6% acima do patamar pré-Covid e 3,6% abaixo do pico alcançado em out/20. Além disso, em 2022 o setor acumula um crescimento de 1,1% e em 12 meses apresentou uma alta de 0,6%. Diante disso, o carrego estatístico para o quarto trimestre do ano é de 0,7% e para 2022, de 1,4%. Ainda no que se refere ao varejo restrito, seis das oito atividades analisadas apresentaram taxas negativas na passagem de outubro para novembro. Os destaques vão para as vendas de Combustíveis e Lubrificantes (-5,4% m/m), impactadas pela alta dos preços dos combustíveis após meses de deflação (efeito das desonerações tributárias); e Equipamentos e Material para Escritório, Informática e Comunicação (-3,4% m/m), prejudicadas pelo desempenho mais fraco da Black Friday. Em relação às vendas no varejo ampliado (que inclui Veículos, Motos, Partes e Peças e Material de Construção), o recuo foi de 0,6% m/m. Entretanto, tanto as vendas de Veículos, Motos, Partes e Peças (0,4% m/m) quanto de Material de Construção (3,0% m/m) apresentaram resultados positivos no mês. Com este resultado, embora as vendas de materiais de construção tenham apresentado uma alta significativa no mês, esta não reverte a trajetória de desaceleração (sete quedas consecutivas nos meses imediatamente anteriores), em linha com uma trajetória de normalização do segmento, haja vista a forte expansão que o setor apresentou após o início da pandemia. Nossa avaliação é que após dois meses consecutivos de alta, o setor varejista voltou a apresentar um resultado negativo, em linha com o cenário macroeconômico adverso que deve continuar penalizando a atividade nos próximos meses. Nesse contexto, acreditamos que o encarecimento do custo do crédito, a política monetária contracionista e a elevação do nível de inadimplência devem compensar os vetores positivos advindos da recuperação do mercado de trabalho, queda da inflação e das políticas de impulso à demanda aprovadas pelo governo. Dessa forma, acreditamos que o varejo continue apresentando um desempenho próximo à estabilidade nas próximas leituras, devido à ancoragem do subgrupo de Hipermercados e Supermercados, que representa cerca de 50% do setor varejista, e deve ser beneficiado pelas medidas de impulso à demanda e pela sazonalidade das festas de fim de ano.
Demais Indicadores
Na última semana, tivemos a divulgação do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de novembro. Nesse sentido, os dados apontaram para uma contração de 0,55% m/m, pior que o consenso de mercado que era de contração de 0,2% m/m (Bloomberg). Em relação ao mesmo mês de 2021, houve expansão de 1,65% a/a. Diante disso, o IBC-Br, acumulou uma alta de 3,26% em 2022 até novembro, na série sem ajuste sazonal. O carrego estatístico para o ano de 2022 é de 3,0% – em linha com a nossa projeção de PIB, de 3,0%. Com este resultado e as revisões na série histórica, o IBC-Br (sem ajuste sazonal) se encontra no nível mais elevado para o mês de novembro desde 2014. De modo geral, o desempenho da economia foi negativo no mês. Primeiramente, a Produção Industrial registrou recuo de 0,1% m/m, após dois meses de alta, muito influenciada pela virada na indústria extrativa, que recuou 1,5% m/m. Na mesma direção, o volume de vendas no varejo recuou 0,6% m/m no período, com quedas em seis das oito atividades, sendo destaque as vendas de Combustíveis e Lubrificantes (-5,4% m/m), impactadas pela alta dos preços dos combustíveis após meses de deflação; e Equipamentos e Material para Escritório, Informática e Comunicação (-3,4% m/m), prejudicadas pelo desempenho mais fraco da Black Friday. Por fim, o setor de serviços teve mais um mês sem crescimento registrando estabilidade (0,0% m/m) em novembro, após queda de 0,5% m/m em outubro. Por fim, destacamos que o desempenho mais recente da economia brasileira está em linha com nossas expectativas para o crescimento do PIB em 2022. Apesar da perda de dinamismo nos últimos meses em todos os grandes segmentos da atividade econômica, o setor de serviços segue com uma melhor perspectiva que os demais, uma vez que ainda pode se beneficiar com a acomodação do perfil de consumo de serviços em substituição à aquisição de bens. Nossas projeções apontam para estabilidade do PIB (0,0% t/t) no quarto trimestre e de crescimento de 3,0% em 2022.
Mercado de Trabalho
Na próxima semana, teremos a divulgação dos dados da PNAD Contínua referente ao mês de novembro. Nossa avaliação é que os efeitos defasados da expansão da atividade econômica continuarão beneficiando o mercado de trabalho mesmo em um contexto de perda de dinamismo dos principais setores da economia. Além disso, a sazonalidade favorável de fim de ano deve ser um fator positivo adicional que deve contribuir para queda da taxa de desemprego no mês diante das contratações de fim de ano. Nesse sentido, projetamos uma taxa de desemprego de 8,0% no trimestre encerrado em novembro.