Pandemia e Vacinação
Na última semana, o total de doses aplicadas alcançou o patamar de 418,8 milhões, ante 415,8 milhões em nossa leitura anterior, de modo que o percentual da população vacinada com pelo menos dose alcançou o patamar de 83,5% da população total brasileira, um aumento de 0,1 p.p. em relação à leitura anterior. Ademais, o percentual da população com esquema vacinal completo alcançou o patamar de 76,8% da população, aumento de 0,3 p.p. em relação à semana anterior. No que diz respeito ao percentual da população que recebeu a dose de reforço, houve avanço de 1,0 p.p., alcançando o patamar de 40% da população brasileira.
No que diz respeito ao avanço da Covid no Brasil, na última semana, observamos a manutenção da trajetória de arrefecimento da pandemia. Nesse sentido, a média móvel de casos recuou ao sair de 21,6 mil para 14,8 mil, melhora de 31,7% em 7 dias. Na mesma direção, a média móvel de óbitos teve queda ao passar de 158, para 101, melhora de 36,1% no mesmo período, o menor nível de 5 de janeiro, período marcado pelo início da onda causada pela variante Ômicron. Nossa avaliação é que a significativa queda dos indicadores pandêmicos reflete o efeito sazonal da Semana Santa. Da mesma forma, a próxima semana também deve manter esta tendência devido ao feriado de Tiradentes. Portanto, acreditamos que nas próximas semanas, com o fim do efeito calendário dos feriados nacionais, haja uma piora tanto da média móvel de novos casos quanto de óbitos com a divulgação de dados represados por conta do calendário festivo. Nossa visão é reforçada pelo anúncio no último domingo do fim da emergência sanitária por covid-19 no país, que deve alterar medidas implementadas para o controle da pandemia, como o uso de máscaras, a compra de remédios e a vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, nos próximos dias será editado um ato normativo que explicará quais serão as medidas adaptadas após o fim da declaração.
Entretanto, acreditamos que mesmo com a divulgação de dados represados, a elevada taxa de vacinação da população brasileira deve continuar promovendo uma importante proteção sanitária, que manterá a pandemia na sua tendência de arrefecimento. Vale destacar que o avanço do processo vacinal e o fim da pandemia serão fundamentais para a recuperação das atividades de caráter presencial, mais prejudicadas pela pandemia. Acreditamos que o retorno dos indicadores da pandemia ao patamar observado antes da onda causada pela variante Ômicron combinada com as políticas de estímulo econômico serão fundamentais para o crescimento da economia brasileira em 2022.
Agenda da Semana
Frequência Mensal – Indústria
Indústria:Na última semana, tivemos a divulgação da produção de papel ondulado da ABPO e da sondagem da indústria da CNI referentes aos meses de março e abril, respectivamente. Nesse sentido, em março, a produção de papel ondulado recuou 0,7% m/m na série com ajuste sazonal. Com este resultado, o indicador acumula recuo pelo terceiro mês consecutivo, de modo que, apresenta recuo de 0,8% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao último de 2021. Em contrapartida, a sondagem da indústria, avançou 12,0% m/m em abril na série com ajuste sazonal, refletindo a melhora da visão dos empresários do setor em relação ao momento atual da economia. Nossa projeção preliminar aponta para um avanço do setor de 0,3% m/m em março, próximo à estabilidade, refletindo os problemas nas cadeias globais de produção e a pressão de custos, ambos intensificados pela guerra, devem continuar limitando o desempenho do setor nos próximos meses.
Setor de Serviços
Serviços: Na última semana, tivemos divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE. Nesse sentido, os dados apontaram para retração de 0,2% m/m do setor em fevereiro, pior que o consenso de mercado que aguardava avanço de 0,7% m/m. O principal impacto negativo no mês advém do setor de informação e comunicação (-1,2% m/m). Esse segmento vinha apresentando boa recuperação desde 2018, sendo momentaneamente interrompida pela pandemia, que logo em seguida proporcionou forte impulso para o setor. Analisando a composição do grupo, podemos identificar que esse segmento vem sendo puxado pelos serviços de tecnologia da informação, que foi muito influenciado pelo investimento em TI pelas empresas (está 41% acima do nível pré pandemia). Outros serviços recuaram 0,9% e serviços prestados às famílias avançaram 0,1%. O que puxou a queda dos Outros serviços foi o segmento de coleta de resíduos não perigosos.
Os serviços prestados as famílias, que são atividades predominantemente presenciais, estão 14,1% abaixo do nível pré-pandemia, possuindo ainda espaço para normalização do setor, porém vem sofrendo com a aceleração inflacionária recente. Em suma, o setor de serviços perdeu fôlego nesse primeiro bimestre de 2022, com destaque para atividades de informação e comunicação. Vemos estabilidade em setores com fortes características de contato presencial (outros serviços e serviços prestados as famílias), porém contrabalanceado pelos bons desempenhos dos serviços profissionais e de transporte. A inflação vem sendo determinante nessa tendência, e seu arrefecimento impactará positivamente o orçamento das famílias e o crescimento do setor.
Setor de Varejo
Varejo: Na última semana, tivemos a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. Nesse sentido, o volume de vendas do varejo avançou 1,1% m/m em fevereiro, resultado melhor que a projeção mediana do mercado de 0,2% m/m. Com o resultado de fevereiro, o varejo restrito se encontra 1,2% acima do nível pré pandemia e o ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) está 0,8%, puxado pelo setor de construção civil que está 8,5% acima e vem sendo um driver importante de investimentos. O setor automotivo, por sua vez, diante do cenário de escassez de componentes, encontra-se 5,6% abaixo. Para o 1º trimestre de 2022, temos um carrego estatístico positivo de 1,0%. O resultado do mês refletiu avanços bastante disseminados entre os grupos pesquisados. Em fevereiro, seis das oito atividades pesquisadas apresentaram taxas positivas. O setor de livros e papelaria avançou 42,8% m/m, beneficiado pelo retorno às aulas presenciais. Embora o setor de livros e papelaria tenha apresentado a maior variação, as principais contribuições foram: Combustíveis e lubrificantes (5,3%), Móveis e eletrodomésticos (2,3%) e tecidos e vestuário (2,1%). Os segmentos de vestuários e móveis/eletrodomésticos não tiveram um bom desempenho durante o período de Natal. Dessa forma, foram feitas diversas promoções nesses setores, ajudando a impulsioná-los no primeiro bimestre desse ano. Já o setor de combustíveis apresentou desempenho positivo sem que houvesse pressão inflacionária no mês. Porém, a expectativa é que o setor seja afetado pelos reajustes dos combustíveis ocorridos durante o mês de março. Também avançaram os setores de hiper e supermercados (1,4%) e outros artigos de uso pessoal (1,6%). O setor de supermercados conseguiu avançar mesmo com o aumento da taxa de inflação, refletindo os efeitos do pagamento do Auxílio-Brasil e da retomada das comemorações festivas de Carnaval, diante do arrefecimento da pandemia. O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) avançou 2,0% m/m (expectativa era de 1,1%, Broadcast). Houve avanço na atividade de Veículos (5,2% m/m) e recuo no Material de Construção (-0,4% m/m). Apesar do conflito no Leste europeu ter iniciado no final de fevereiro, os impactos serão sentidos no mês de março, principalmente no grupo de combustíveis e lubrificantes, diante dos reajustes de preço nas refinarias da Petrobras e no segmento de supermercados, com o encarecimento de diversos produtos pelo aumento das commodities e custo do frete.
Demais Indicadores
Demais Indicadores: Não houve divulgações na última semana.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho: Não houve divulgações na última semana.