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Publicado em 02 de Agosto às 11:31:27

PIM (Junho/22): Indústria recua 0,4% m/m

Em junho, a produção industrial recuou 0,4% m/m frente maio (série com ajuste sazonal), resultado pior que a expectativa mediana do mercado, que esperava uma contração de 0,3% m/m (Broadcast). Nesse mês a queda foi concentrada na indústria de transformação (-0,3%), enquanto a indústria extrativa avançou 1,9% m/m. O resultado do mês interrompe a sequência de quatro taxas positivas nos últimos meses.

Na variação interanual, o setor recuou 0,5%, acumulando queda de 2,2% no primeiro semestre do ano e de -2,8% nos últimos doze meses. Apesar da indústria apresentar 6 taxas positivas nos últimos 8 meses, ainda não conseguiu recuperar o nível pré pandemia, estando 1,5% abaixo. Com o resultado do mês, houve crescimento de 0,9% no 2º trimestre do ano, com carrego estatístico para o ano de 2022 de -0,5% e de -0,2% para o 3º trimestre do ano.

No mês de junho, houve queda disseminada ente as categorias (em 15 das 26 atividades), com destaque para o recuo nos produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-14,1%). Esse segmento historicamente apresenta uma volatilidade maior das taxas, porém no ano o desempenho do setor não é positivo, caindo 9,1%. Outro destaque negativo no mês ficou com a produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%), com o impacto negativo da produção de álcool e derivados do petróleo. Além disso, vale destacar a produção de máquinas e equipamentos (-2,0%), metalurgia (-1,8%), equipamentos de informática (-2,8%) e equipamentos de transporte (-5,5%).

Por outro lado, as maiores influências positivas ficaram com a produção de veículos (6,1%) e com a indústria extrativa (1,9%). O segmento de veículos conseguiu emplacar a segunda taxa positiva consecutiva, porém ainda está distante do nível pré pandemia (-8,5%). A produção de veículos vem sendo muito representativa sobre o panorama global da indústria nos últimos trimestres: escassez de componentes, paralisação de plantas industriais, pressão nos custos e nas margens, além de enfrentar adversidades do lado da demanda no cenário de juros e inflação elevados. Já na indústria extrativa o avanço recuperou as perdas vistas no mês anterior, com o crescimento pressionado pela extração de minério de ferro.  

Entre as categorias econômicas, o destaque ficou com a contração dos bens de capital (-1,5%), com o maquinário a indústria e a produção de caminhões puxando a queda. Já os bens intermediários recuaram -0,8%, porém houve avanço nos bens de consumo (0,4%), puxado pelo crescimento dos duráveis (6,4%).

O cenário adverso para indústria ainda permanece, com juros elevados encarecendo o crédito e a inflação deprimindo a demanda. Os gargalos na cadeia de suprimentos, as paralisações, as reduções de jornadas e as concessões de férias coletivas continuam marcando a dinâmica do setor. Isso no contexto global de aperto monetário e ciclo global desfavorável com vetores negativos vindo da China com a política de Covid Zero e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Por outro lado, a recuperação do mercado de trabalho com aumento da população ocupada e o crescimento da massa de rendimentos combinada com os estímulos fiscais (redução ICMS e PEC dos benefícios) deve proporcionar sustentação a demanda nas próximas leituras.

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