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Publicado em 02 de Setembro às 15:18:39

PIM(julho/22): Indústria avança 0,6% m/m

Em julho, a produção industrial avançou 0,6% m/m frente junho (série com ajuste sazonal), resultado em linha com a expectativa mediana do mercado. Nesse mês, houve crescimento na indústria de transformação (0,4%) e na extrativa mineral (2,1%). Além disso, houve revisão positiva nos dois meses anteriores: em junho (de -0,4% para -0,3%) e maio (de 0,3% para 0,4%).

Na variação interanual, o setor recuou 0,5%, acumulando queda de 2,0% no ano e de -3,0% nos últimos doze meses. Apesar da indústria apresentar 7 taxas positivas nos últimos 9 meses, ainda não conseguiu recuperar o nível pré pandemia, estando 0,8% abaixo. Com o resultado do mês, o carrego estatístico para o ano de 2022 de -0,1% e de 0,5% para o 3º trimestre do ano.

No mês de julho, apesar do avanço em linha com a expectativa, o crescimento da indústria foi muito concentrado em poucas atividades, com uma taxa de difusão baixa. Houve crescimento em somente 10 das 26 atividades, com a maior influência no setor de produtos alimentícios (4,3%). É o terceiro crescimento consecutivo para essa atividade, acumulando ganho de 7,3%. Nessa categoria, em especial, houve alta generalizada em diversos itens, desde a produção de açúcar, até carnes, laticínios e derivados de soja. Além disso, outras duas atividades que puxaram o setor industrial no mês foram a produção de derivados de petróleo (2,0%) e a indústria extrativa (2,1%).

Por outro lado, os destaques negativos ficaram com os segmentos de máquinas & equipamentos (-10,4%), outros produtos químicos (-9,0%) e veículos (-5,7%). O desempenho do setor de máquinas & equipamentos se deve a própria dinâmica do setor industrial, de investimentos no próprio setor industrial com ampliação e modernização do parque produtivo. Em relação ao setor de veículos, o resultado salienta ainda algumas dificuldades especificas do setor. Apesar da contração no mês, a trajetória para o segmento é de recuperação mesmo que em velocidade mais moderada, diante do cenário macroeconômico adverso.

Entre as categorias econômicas, o destaque ficou com o avanço dos bens de consumo (0,9%), com o avanço dos bens de consumo semi e não duráveis (1,6%). Por outro lado, os bens de consumo duráveis caíram -7,8%. O destaque negativo ficou com o recuo dos bens de capital (-3,7%).

A indústria apresentou resultados mistos no mês de julho. Por um lado, houve avanço e revisões positivas na série, com sinais de uma dinâmica mais positiva para o consumo, que advém não só de estímulos fiscais, mas também de um ambiente macroeconômico mais favorável, em especial, a recuperação robusta do mercado de trabalho. Por outro lado, no mês, vimos um resultado concentrado em algumas atividades, o que ainda salienta dificuldades para significativa parcela da indústria. Apesar disso, mesmo com o contexto de juros elevados, o cenário para indústria é menos negativo e indica recuperação nas próximas leituras, diante do arrefecimento da inflação (menor pressão de custos) e melhora nos gargalos de produção.

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