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Publicado em 07 de Fevereiro às 12:16:36

PMC (dez/23): contração de 1,3% m/m, pior que o piso das estimativas

Em dezembro, o volume de vendas no setor varejista recuou 1,3% m/m em relação ao mês imediatamente anterior, pior que o piso das estimativas de -0,6% m/m (Broadcast+).  Ademais, a leitura ampliada de novembro foi revisada de 1,3% m/m para 0,7% m/m. Na comparação interanual, o volume de vendas do comércio apresentou alta de 1,3% a/a, também abaixo do piso das expectativas de 1,5% a/a(Broadcast+). Vale destacar que as rupturas estruturais nas séries históricas da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), decorrentes de mudanças metodológicas no cálculo do indicador e por conta da pandemia, impõe dificuldades adicionais tanto na previsão do indicador quanto na interpretação do desempenho mensal dos seus dados ajustados sazonalmente.

Com este resultado, o setor varejista acumulou alta de 1,7% no ano em relação ao mesmo período de 2022. Dessa forma, o comércio varejista se encontra 2,9% acima do nível pré-pandemia e 3,3% abaixo do ponto mais elevado da série histórica (out/20). Vale ressaltar que em relação ao período pré-covid, os grupos pesquisados apresentaram heterogeneidade em seu desempenho, com destaque positivo para Supermercados e hipermercados e Combustíveis e lubrificantes, que se encontram 10,8% e 11,3% acima do nível pré-pandemia, respectivamente. Em contrapartida, grupos ligados ao consumo de bens discricionários apresentaram depreciação em relação ao patamar observado em fevereiro de 2020, com destaque para Tecidos, vestuário e calçados (-26,0%), Móveis e eletrodomésticos (-15,2%) e Outros artigos de uso pessoal (-17,1%) que se encontram substancialmente abaixo do patamar observado antes da pandemia.

Ainda no que se refere ao varejo restrito, o resultado no mês refletiu o resultado negativo disseminado entre seis das oito atividades pesquisadas. Nesse sentido, vale destacar Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-13,1% m/m), Móveis e eletrodomésticos (-7,0% m/m), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,8% m/m), Tecidos, vestuário e calçados (-3,5% m/m), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,3% m/m) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,5% m/m). Por outro lado, apenas dois grupos apresentaram performance positiva:  Combustíveis e lubrificantes (1,5%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%).

No que diz respeito a comparação interanual, o varejo restrito apresentou alta de 1,3% a/a, com equilíbrio entre taxas positivas e negativas. Nesse contexto, Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,6%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,8%), Tecidos, vestuário e calçados (0,4%) e Combustíveis e lubrificantes (0,2%) foram os destaques positivos. Em contrapartida, Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,9%), Móveis e eletrodomésticos (-3,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,6%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-12,4%) ficaram em território negativo.

▪ Em relação as vendas no varejo ampliado (que inclui Veículos, Motos, Partes e Peças; Material de Construção; e Atacado de Produtos Alimentícios), houve queda de 1,1% m/m frente ao mês de novembro, pior que a mediana das projeções de 0,3% m/m (Broadcast+). O resultado no mês refletiu a queda de 4,5% m/m na variação mensal de Veículos e motos, partes e peças e pelo aumento de 0,4% m/m de Material de construção. Na comparação interanual, tanto o setor de Veículos e motos, partes e peças (7,0% a/a), quanto de Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,7% a/a) apresentaram desempenho positivo enquanto Material de construção apresentou contração de 2,8% a/a.

Por fim, apesar deste resultado negativo, o setor cresceu 1,7% no ano, maior do que a expansão de 1,0% observada em 2022. Nesse contexto, sete das onze atividades pesquisadas no âmbito do varejo ampliado fecharam o ano no campo positivo enquanto as atividades ligadas ao consumo discricionário apresentaram resultado negativo. Em relação ao mês anterior, observamos um resultado efetivamente negativo que desviou da tendência de resultados ao redor de zero observada ao longo do ano. Parte deste resultado está relacionado com a base de comparação elevada do mês anterior devido a ocorrência da Black Friday. Na nossa avaliação, a leitura de dezembro corrobora o nosso cenário de desaceleração da atividade. Assim, esperamos contração de 0,1% para o PIB do quarto trimestre de 2023.

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