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Publicado em 08 de Julho às 13:54:47

PMC (Mai/25): Apesar da contração, atividade varejista segue mostrando resiliência

Em maio, o volume de vendas no setor varejista registrou recuo de 0,2% m/m, vindo pior do que o esperado pelo mercado (+0,2% m/m, Broadcast+) ao ficar em linha com o piso das estimativas para o setor no mês. Com este resultado, a atividade varejista dá continuidade ao recuo registrado no mês imediatamente anterior, após ter avançado 1,7% nos três primeiros meses do ano, período no qual alcançou o nível mais elevado já registrado em sua série histórica (mar/25). Apesar do recuo registrado no índice cheio, cinco das oito atividades pesquisadas registraram expansão no mês, com destaque para o avanço de categorias ligadas ao consumo discricionário, corroborando a perspectiva de que o processo de arrefecimento da economia brasileira ocorrerá de maneira bastante gradual ao longo dos próximos meses. Já na comparação interanual, o volume de vendas do setor varejista registrou alta de 2,1% a/a, vindo também aquém do consenso de mercado que tinha como expectativa uma alta de 2,5% a/a (Broadcast+).

Por sua vez, o varejo ampliado (que inclui Veículos, Motos, Partes e Peças; Material de Construção; e Atacado de Produtos Alimentícios) registrou alta de 0,3% m/m, vindo pior do que o esperado pelo mercado (1,0% m/m, Broadcast+). Com este resultado, o indicador reverte parcialmente a forte queda (-1,9% m/m) registrada no mês imediatamente anterior, voltando a se reaproximar do ponto mais elevado já registrado em sua série histórica (mar/25). Na comparação interanual, houve crescimento de 1,1% a/a, também vindo pior do que a mediana das projeções de mercado de 2,2% a/a (Broadcast+) e mais próximo do piso das estimativas para o mês (1,1% a/a, Broadcast+).

Embora o índice cheio tenha registrado contração no mês, cinco das oito atividades pesquisadas registraram expansão no mês. Na ponta positiva, os principais destaques ficaram por conta das altas observadas nas vendas de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0% m/m); Móveis e eletrodomésticos (2,0% m/m); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,7% m/m); Tecidos vestuário e calçados (1,1% m/m); e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios (0,4% m/m), sendo este responsável por mais da metade do índice, que deve ser beneficiado nas próximas leituras pelo desempenho mais benigno da inflação de alimentos. Na ponta negativa, tivemos como destaques os recuos observados nas vendas de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,1% m/m); Livros jornais, revistas e papelaria (-2,0% m/m) e Combustíveis e lubrificantes (-1,7% m/m). No varejo ampliado, o desempenho foi influenciado pela alta de 1,5% m/m nas vendas de Veículos e motos, partes e peças; e da estabilidade registrada nas vendas de Material de construção.

Com o resultado de maio e as revisões feitas nos meses anteriores, o varejo restrito encontra-se 9,8% acima no nível registrado no pré-pandemia (fev/20), deixando um carrego estatístico de 0,3% para o 2T25 e de 1,8% para o ano cheio. Já o varejo ampliado, encontra-se 6,0% acima do nível pré-pandemia, deixando um carrego estatístico de -0,7% para o 2T25 e de 1,2% para 2025.

Em nossa avaliação, embora o desempenho do setor varejista tenha sido de contração no mês de maio, entendemos que o resultado ainda aponta para a resiliência do setor em um ambiente macroeconômico mais adverso (juros e inflação elevados e aumento da incerteza econômica doméstica e internacional), refletido no fato de que o setor ainda se encontra muito próximo do patamar mais elevado da série histórica e do espalhamento de altas entre categorias pesquisadas mais relacionadas ao consumo discricionário e renda. Dessa forma, avaliamos que a leitura de maio corrobora o nosso cenário de que a economia brasileira deve passar por um processo bastante gradual de arrefecimento ao longo dos próximos trimestres, de modo que, diferentemente do ano passado, não devemos ser surpreendidos por um crescimento mais robusto do que a nossa projeção de 2,4% de expansão do PIB no ano. Além disso, avaliamos que a PMC de maio se soma as leituras mais recentes de indicadores de atividade econômica, que sugerem moderação no desempenho da economia, corroborando o cenário esperado pelo BC e dessa forma dando suporte à interrupção ao ciclo de alta de juros da última reunião do Copom.

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