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Publicado em 09 de Maio às 11:01:15

PMC (mar/24): Varejo restrito apresenta estabilidade na comparação mensal

Em março, o volume de vendas no setor varejista apresentou estabilidade em relação ao mês imediatamente anterior, melhor que a mediana das projeções de -0,3% m/m (Broadcast+).  Ademais, a leitura de fevereiro foi revisada de 1,2% m/m para 1,0 % m/m. Na comparação interanual, o volume de vendas do comércio apresentou alta de 5,7% a/a. Vale destacar que as rupturas estruturais nas séries históricas da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), decorrentes de mudanças metodológicas no cálculo do indicador e por conta da pandemia, impõe dificuldades adicionais tanto na previsão do indicador quanto na interpretação do desempenho mensal dos seus dados ajustados sazonalmente.

Com este resultado, o setor varejista acumulou alta de 2,5% em 12 meses. Dessa forma, o comércio varejista se encontra 7,1% acima do nível pré-pandemia e no patamar mais alto da série. Vale ressaltar que em relação ao período pré-covid, os grupos pesquisados apresentaram heterogeneidade em seu desempenho, com destaque positivo para Supermercados e hipermercados e Combustíveis e lubrificantes, que se encontram 10,3% e 6,1% acima do nível pré-pandemia, respectivamente. Em contrapartida, grupos ligados ao consumo de bens discricionários continuam depreciados em relação ao patamar observado em fevereiro de 2020, com destaque para Tecidos, vestuário e calçados (-19,4%), Móveis e eletrodomésticos (-13,2%) e Outros artigos de uso pessoal (-6,8%) que se encontram substancialmente abaixo do patamar observado antes da pandemia.

Ainda no que se refere ao varejo restrito, o resultado no mês refletiu o resultado negativo disseminado entre sete das oito atividades pesquisadas. Nesse sentido, vale destacar Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,7%), Móveis e eletrodomésticos (-2,4%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%), Combustíveis e lubrificantes (-0,6%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%). Por outro lado, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) foi a única atividade que desempenho positivo.

No que diz respeito a comparação interanual, o varejo restrito apresentou alta de 5,7% a/a, com predomínio de taxas negativas. Nesse contexto, Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,2%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-12,4%), Combustíveis e lubrificantes (-4,9%), Móveis e eletrodomésticos (-4,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,9%). Em contrapartida, três setores apresentaram desempenho positivo, entre eles,  Outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (11,4%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,6%). 

Em relação as vendas no varejo ampliado (que inclui Veículos, Motos, Partes e Peças; Material de Construção; e Atacado de Produtos Alimentícios), houve queda de 0,3% m/m frente ao mês de fevereiro, pior que a mediana das projeções de 0,6% (Broadcast+). O resultado no mês refletiu o aumento de 1,4% m/m na variação mensal de Veículos e motos, partes e peças e pela queda de 0,4% m/m de Material de construção. Na comparação interanual, tanto Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (-23,0% a/a), quanto Material de construção (-9,4% a/a) apresentaram desempenho negativos. Por outo lado, Veículos e motos, partes e peças variaram 1,8% a/a.

Por fim, após dois meses consecutivos de crescimento, o setor apresentou estabilidade na comparação mensal, acumulando crescimento de 5,9% no ano. Embora 7 dos 8 grupos tenham apresentado resultados negativos, quatro são considerados estáveis estatisticamente, uma vez que ficaram entre de 0% e -0,5%. Assim, com a continuidade do ciclo de flexibilização monetária, observa-se certa melhora na saúde financeira das famílias que, somada ao conjunto de medidas promovidas pelo governo de impulso fiscal e à resiliência do mercado de trabalho, deve contribuir para que o consumo das famílias seja um vetor de crescimento importante ao longo deste ano.

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