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Publicado em 15 de Maio às 13:49:48

PMC (Mar/25): Varejo encerra o primeiro trimestre no ponto mais alto da série histórica

Em março, o volume de vendas no setor varejista restrito registrou expansão de 0,8% m/m, vindo pior do que o esperado pelo mercado (1,0% m/m, Broadcast+) e do que a nossa projeção para o mês (1,1% m/m). Com este resultado, o varejo acumula alta pelo terceiro mês consecutivo, de modo que, acumulou alta de 1,8% no ano, situando-se no patamar mais elevado já registrado em sua série histórica. Apesar da frustração com o desempenho do índice headline em março, avaliamos que o desempenho do setor varejista segue corrobora a nossa tese de que a desaceleração observada ao final do ano passado não seria intensificada neste início de 2025, contribuindo para um processo de arrefecimento bastante gradual da economia ao longo do ano. Já na métrica em 12 meses, as vendas no varejo registraram queda de 1,0% a/a, frustrando também o consenso de mercado que tinha como expectativa recuo de 0,6% a/a e a nossa projeção de -0,5% a/a.

Por sua vez, o varejo ampliado (que inclui Veículos, Motos, Partes e Peças; Material de Construção; e Atacado de Produtos Alimentícios) registrou expansão de 1,9% m/m, ficando também abaixo do consenso de mercado (2,1% m/m, Broadcast+) e do que a nossa projeção para o mês (2,7% m/m). Com este resultado, o indicador reverteu a queda de -0,3% m/m registrados no mês imediatamente anterior, de modo que, o setor varejista acumulou alta de 4,8% ao longo dos três primeiros meses do ano, atingindo o nível mais elevado já registrado em sua série histórica. No acumulado em 12 meses, houve recuo de 1,2% a/a, vindo abaixo do consenso de mercado (-0,8% a/a, Broadcast+) e também pior do que a nossa projeção (+0,5% a/a).

O desempenho no mês foi marcado por altas amplamente disseminadas, com seis das oito atividades pesquisadas registrando crescimento no período. Os principais destaques foram as elevações nas vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (28,2% m/m), refletindo o deslocamento das vendas de materiais didáticos de fevereiro para março em 2025; de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (3,0% m/m), que reverteram parcialmente o recuo de 4,1% m/m observado em fevereiro; de Outros artigos de uso pessoal (1,5% m/m); e de Tecidos, vestuário e calçados (1,2% m/m). No campo negativo, destacaram-se as retrações nas vendas de Combustíveis e lubrificantes (-2,1% m/m), devolvendo parte das altas acumuladas nos meses anteriores, quando haviam registrado avanço de 1,6%; e de Móveis e eletrodomésticos (-0,4% m/m), segmento que possivelmente foi afetado pelo efeito calendário, já que o Carnaval ocorreu integralmente em março, reduzindo o número de dias úteis no mês. No varejo ampliado, o desempenho foi influenciado pela alta de 1,7% m/m nas vendas de Veículos, motos, partes e peças, enquanto as vendas de Material de construção apresentaram queda de 0,6% m/m.

Com o resultado de março e as revisões feitas nos meses anteriores, o varejo restrito encontra-se 10,5% acima no nível registrado no pré-pandemia (fev/20), deixando um carrego estatístico de 0,8% para o 2T25 e de 2,4% para o ano cheio. Já o varejo ampliado, encontra-se 8,1% acima do nível pré-pandemia, deixando um carrego estatístico de 1,2% para o 2T25 e de 2,8% para 2025.

Em nossa avaliação, embora o resultado de março tenha vindo ligeiramente pior do que o esperado pelo mercado tanto para a leitura do varejo restrito quanto para o ampliado, os dados se somam as leituras dos setores da indústria e de serviços para o mês, reforçando a nossa perspectiva de que a economia brasileira apresentará um desempenho bastante robusto no primeiro trimestre de 2025. Apesar do cenário macroeconômico adverso (encarecimento do custo de acesso ao crédito, inflação elevada e aumento das incertezas econômicas) o setor varejista se mostra bastante resiliente no início de 2025, situando-se no patamar mais elevado já registrado em sua série histórica, que na nossa avaliação é sustentada por um mercado de trabalho aquecido, medidas de estímulo à demanda aprovadas recentemente, valorização real do salário-mínimo e os efeitos positivos da supersafra de grãos sobre os demais setores da economia. Dessa forma, em posse dos indicadores setoriais referentes ao primeiro trimestre do ano, revisamos a nossa projeção de crescimento para o primeiro trimestre do ano de 1,5% t/t para 1,7% t/t, de modo que, a nossa estimativa de expansão da economia brasileira em 2025 saiu de 2,0% para 2,2%.

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