Home > Macroeconomia Brasil > PMC (Out/25): Avanço do varejo reforça cenário de desaceleração gradual da economia

Publicado em 11 de Dezembro às 14:46:01

PMC (Out/25): Avanço do varejo reforça cenário de desaceleração gradual da economia

Em outubro, o volume de vendas do varejo avançou 0,5% m/m, vindo no teto das projeções de mercado e significativamente acima do consenso (-0,1% m/m, Broadcast+), e melhor do que a nossa expectativa para o mês de alta de 0,2% m/m. O resultado reverteu o recuo de 0,2% m/m observado em setembro, trazendo o setor de volta ao campo positivo no início do quarto trimestre. Com isso, a média móvel trimestral do varejo permanece próxima da estabilidade desde maio, sugerindo que o processo de arrefecimento da economia brasileira segue bastante gradual, apesar do ambiente macroeconômico significativamente adverso. Na comparação interanual, as vendas cresceram 1,1% a/a, também próximas ao teto das projeções de mercado (1,2% a/a, Broadcast+), acima do consenso, que apontava estabilidade, e da nossa projeção de alta de 0,5% a/a.

O varejo ampliado – que inclui Veículos, Motos, Partes e Peças; Materiais de Construção; e Atacado de Produtos Alimentícios – cresceu 1,1% m/m em outubro, estendendo a sequência de três altas registrada nos meses anteriores. O resultado também surpreendeu positivamente o mercado, vindo acima do teto das projeções (0,9% m/m, Broadcast+) e do que a nossa expectativa para o mês (0,8% m/m). Com o resultado de outubro, a média móvel trimestral do varejo ampliado avançou 0,7%, dando continuidade à alta observada no mês imediatamente anterior (1,0%), sugerindo uma tendência de alta da atividade varejista neste último trimestre do ano. Na comparação interanual, as vendas recuaram 0,3% a/a, mas o resultado veio significativamente melhor que o consenso de mercado (-1,5% a/a, Broadcast+) e que a nossa projeção (-0,7% a/a).

O avanço do varejo em outubro foi explicado pelas altas de sete das oito atividades pesquisadas. Entre os avanços, os principais destaques ficaram por conta das vendas de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,2% m/m), revertendo o recuo de -0,7% m/m observado no mês imediatamente anterior; de Combustíveis e lubrificantes (1,4% m/m), interrompendo uma sequência de duas contrações consecutivas nos dois meses imediatamente anteriores; e de Móveis e eletrodomésticos (1,0% m/m), revertendo a queda de 0,4% m/m de setembro. As demais altas ficaram por conta das vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (0,6% m/m), Outros artigos de uso pessoal (0,4% m/m), Artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,3% m/m) e Hipermercados e produtos alimentícios (0,1% m/m). Na ponta negativa, tivemos apenas o recuo das vendas de Tecidos, vestuário e calçados (-0,3% m/m), dando continuidade ao recuo de -1,2% m/m observado no mês imediatamente anterior. Com relação ao varejo ampliado, o resultado no mês refletiu as altas de 3,0% m/m das vendas de Veículos e motos, partes e peças e de 0,6% m/m de Materiais de construção.

Com o resultado de outubro e as revisões nos meses anteriores, o varejo restrito se encontra 9,6% acima do nível registrado no pré-pandemia (fev/20), deixando um carrego estatístico de 0,4% para o último trimestre e de 1,6% para o ano cheio. Já o varejo ampliado, encontra-se 6,1% acima do nível pré-Covid, deixando um carrego estatístico de 1,5% para o 4T25 e de 0,4% para o ano de 2025.

Em nossa avaliação, a surpresa positiva de outubro reforça a leitura de que o processo de arrefecimento da economia brasileira será bastante gradual, refletindo o descompasso entre a política monetária e a política fiscal. Soma-se a esse quadro a resiliência do mercado de crédito e o impacto do pagamento de precatórios realizado no 3T25, fatores que tendem a suavizar ainda mais esse ajuste ao longo dos próximos meses. À luz dos dados divulgados hoje, mantemos nossa projeção de crescimento do PIB em 0,2% t/t no 4T25 e de 2,3% em 2025.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações

    Vale a pena conferir