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Publicado em 12 de Novembro às 11:53:03

PMC (Set/24): Varejo desaponta em setembro e confirma desaceleração da economia

Em setembro, o volume de vendas no setor varejista avançou 0,5% m/m, vindo significativamente pior do que o consenso de mercado que tinha como expectativa uma alta de 1,4% m/m (Broadcast+). Na comparação interanual, o varejo registrou alta de 2,1% a/a, ficando também abaixo do consenso de mercado (5,1% a/a, Broadcast+). Com este resultado, o setor varejista retorna para o patamar mais elevado já registrado na série histórica, acumulando alta de 0,3% t/t no terceiro trimestre e deixa um carrego de mesma magnitude para o último trimestre do ano.

No que se refere ao varejo restrito, o resultado no mês refletiu o desempenho positivo entre quatro das oito atividades pesquisadas. Nesse sentido, cabe destacar o desempenho de outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,5% m/m), Combustíveis e lubrificantes (2,3% m/m), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,6% m/m). Cabe destacar que, apesar do indicador antecedente de vendas nos supermercados da ABRAS sugerir um bom desempenho do segmento em setembro ao registrar alta de 4,3% m/m em relação ao mês de agosto, os dados oficiais apontaram para um desempenho significativamente mais modesto ao registrar alta de apenas 0,3% m/m, sendo este o principal desvio em relação à nossa projeção de alta de 1,3% m/m no mês.

Por outro lado, as principais baixas ficaram por conta de Móveis e eletrodomésticos (-2,9% m/m), Equipamentos e material para escritório (-1,8% m/m) e Tecidos, vestuário e calçados (-1,7% m/m). Cabe destacar que todos esses segmentos, mais ligados ao consumo discricionário, recuaram de maneira significativa pelo segundo mês consecutivo, sinalizando que a forte desvalorização do câmbio e a retomada do ciclo de aperto monetário podem estar influenciando a decisão de consumo.

Em relação as vendas no varejo ampliado (que inclui Veículos, Motos, Partes e Peças; Material de Construção; e Atacado de Produtos Alimentícios), houve expansão de 1,8% m/m na passagem de agosto para setembro, vindo ligeiramente pior do que o consenso de mercado (1,9% m/m, Broadcast+). O desempenho no mês refletiu os avanços registrados nas vendas de Veículos, motos, partes e peças (6,6% m/m), revertendo a queda de 5,8% m/m registrada no mês de agosto e atingiu o patamar mais elevado desde nov/12, e a expansão de 1,1% m/m nas vendas de Material de construção. Cabe destacar que apesar da política monetária contracionista, ambos segmentos têm registrado bom desempenho ao longo de 2024, se beneficiando do ritmo ainda acelerado das concessões de crédito nos últimos meses.

Em suma, os números de setembro apontam para uma moderação no ritmo de crescimento do setor varejista que já se encontra no patamar mais elevado da série histórica. Avaliamos que, por um lado, a retomado do ciclo de aperto monetário deve atuar como vetor baixista para o consumo mais discricionário, por outro, entendemos que a robustez do mercado de trabalho deve impedir uma desaceleração mais significativa do setor, sustentando o consumo de bens mais essenciais ligados ao segmento de supermercados e hipermercados de maior peso na pesquisa. Na nossa avaliação, a leitura de setembro corrobora a nossa expectativa de crescimento do PIB de 0,4% t/t no terceiro trimestre e de 3,1% no ano de 2024.

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