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Publicado em 13 de Junho às 18:04:18

PMS (Abr/25): Serviços segue resiliente mesmo diante de um cenário mais adverso

Em abril, o setor de serviços registrou alta de 0,2% m/m, vindo em linha tanto com o consenso de mercado (Broadcast+) quanto da nossa expectativa para o mês. Com este resultado, o setor de serviços dá continuidade à sequência de duas altas consecutivas registradas nos meses imediatamente anteriores, apontando para a resiliência do setor mesmo diante de um cenário macroeconômico adverso, sugerindo que o processo de desaceleração da economia ocorrerá de maneira bastante gradual nos próximos trimestres. Na comparação interanual, houve elevação de 1,8% a/a, resultado este que veio ligeiramente melhor do que a expectativa do mercado (1,7% a/a, Broadcast+) e do que a nossa projeção para o mês (1,6% a/a).

Apesar da expansão, o desempenho no mês foi marcado pela alta de apenas uma das cinco grandes categorias pesquisadas, em contraste com as altas registradas disseminadas entre as categorias no mês imediatamente anterior. A única alta no mês ficou por conta da atividade de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que registrou alta de 0,5% m/m, refletindo principalmente a alta de 6,3% m/m no transporte aéreo, que, na nossa avaliação, reflete as compras de passagens aéreas para o evento musical que ocorreu no Rio de Janeiro no mês de maio. Entre as baixas, destacamos os recuos em Outros serviços (-2,3% m/m) e de Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,5% m/m).  As demais atividades apresentaram recuos próximos à estabilidade, sugerindo um certo movimento de moderação nos seus respectivos desempenhos, após fortes altas registradas nos meses imediatamente anteriores. Dessa forma, embora o resultado do mês tenha sido marcado por quedas disseminadas, entendemos que os dados de abril ainda apontam para a resiliência do setor, cujos segmentos ainda se encontram em patamares historicamente elevados.

Com o resultado de abril e as revisões mistas nos meses anteriores, o setor de serviços se encontra 17,3% acima do nível pré-pandemia e opera 0,2% abaixo do nível mais elevado já registrado em sua série histórica (out/24), situando-se no segundo ponto mais elevado da sua série histórica. Além disso, cabe destacar que, com o resultado de abril, o setor de serviços acumulou alta de 1,0% no ano e deixa um carrego estatístico de 0,7% para o segundo trimestre e de 1,8% para o ano cheio de 2025.

Em nossa avaliação, os números de abril seguem corroborando a nossa expectativa de que a economia brasileira passará por um processo de desaceleração bastante gradual ao longo dos próximos trimestres, mesmo diante de um resultado no mês marcado por um espalhamento de taxas negativas. A resiliência do setor é evidenciada pelo fato de que ele continua operando próximo dos níveis mais elevados de sua série histórica, sustentado por um mercado de trabalho aquecido, medidas de estímulo à demanda aprovadas recentemente, valorização real do salário-mínimo e os efeitos positivos da supersafra de grãos, que beneficiam a atividade. Esses fatores contrabalançam, ao menos em parte, o aperto nas condições de crédito, a inflação ainda elevada e o aumento das incertezas econômicas e devem contribuir para que o setor siga resiliente nos próximos trimestres. Dessa forma, entendemos que o resultado de hoje segue corroborando a nossa expectativa de que a economia brasileira apresente um ritmo de expansão de 0,5% t/t no segundo trimestre do ano e de 2,4% para o ano cheio. Em relação à decisão de política monetária da próxima semana, entendemos que o resultado se soma às leituras dos demais indicadores de atividade setoriais que corroboram a perspectiva de arrefecimento da economia, de modo que, o BC deve interromper o ciclo de alta de juros em 14,75% a.a., permanecendo neste patamar até o final do ano.

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