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Publicado em 12 de Setembro às 11:44:14

PMS (Jul/25):Apesar do cenário adverso, serviços renovam patamar recorde

Em julho, o setor de serviços registrou alta de 0,3% m/m, vindo ligeiramente pior do que o esperado pelo mercado (Broadcast+) e do que a nossa projeção no mês, ambas de 0,4% m/m de alta. Com este resultado, o setor de serviços dá continuidade à sequência de cinco altas consecutivas registradas nos meses imediatamente anteriores, renovando o patamar mais elevado já registrado em sua série histórica e corrobora a nossa percepção de que o processo de arrefecimento da economia brasileira será gradual ao longo dos próximos meses. Na comparação interanual, os serviços registraram alta de 2,8% a/a, ficando em linha com o consenso de mercado (Broadcast+) e ligeiramente pior do que a nossa projeção para o mês (2,9% a/a).

O desempenho no mês foi marcado pela alta de três das cinco grandes categorias pesquisadas. O principal destaque ficou por conta da alta observada nos serviços de informação e comunicação (1,0% m/m), revertendo à queda de 0,1% m/m registrada no mês imediatamente anterior, avançando para o nível mais elevado já registrado em sua série histórica. As demais altas ficaram por conta dos serviços prestados às famílias (0,3% m/m), que interrompeu uma sequência de três recuos consecutivos registrados nos meses imediatamente anteriores, e dos serviços profissionais, administrativos e complementares que avançaram 0,4% m/m. Na ponta negativa, os serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio registraram queda de 0,6% m/m, revertendo parcialmente à alta de 1,6% m/m de junho, ao passo em que os outros serviços recuaram 0,2% m/m, dando continuidade à queda de 1,5% m/m do mês imediatamente anterior.

Com estes resultados, a média móvel de três meses do setor de serviços manteve a alta registrada nos meses imediatamente anteriores de 0,3%, sugerindo que o setor de serviços tem se mantido resiliente mesmo diante de um cenário macroeconômico significativamente adverso (inflação elevada, política monetária contracionista e elevado grau de incerteza econômica), que acaba sendo contrabalanceado por um ritmo elevado de expansão da renda e da política fiscal expansionista. Cabe destacar que os principais segmentos que compõem o setor apresentam resultados mistos, mas com oscilações contidas, reforçando a nossa percepção de que o processo de arrefecimento da economia será gradual.

Com o resultado de julho e as revisões nos meses anteriores, o setor de serviços se encontra 18,5% acima do nível pré-pandemia e opera no nível mais elevado já registrado em sua série histórica. Além disso, cabe destacar que, com o resultado de julho, o setor de serviços acumula alta de 2,0% no ano e deixa um carrego estatístico de 0,6% para o terceiro trimestre e de 2,4% para o ano cheio de 2025.

Em nossa avaliação, o resultado de julho reforça a perspectiva de que o arrefecimento da economia brasileira deve ocorrer de forma gradual nos próximos meses. Apesar do cenário macroeconômico adverso, o setor segue sustentado por um mercado de trabalho aquecido, pelas medidas recentes de estímulo à demanda e pelo escoamento da supersafra de grãos, fatores que mantêm a atividade em patamar recorde, ainda que com menor intensidade do que no primeiro semestre. Diante disso, mantemos a projeção de crescimento do PIB em 0,5% t/t no 3T25. Para a próxima semana, projetamos que o IBC-Br registre queda de 0,6% m/m entre junho e julho, mas avance 1,3% a/a na comparação interanual.

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