Em julho, o setor de serviços avançou pelo terceiro mês consecutivo, crescendo 1,1% na comparação com junho, melhor que a expectativa mediana do mercado que aguardava um aumento de 0,7% (Broadcast). Na comparação interanual, houve crescimento de 6,3% a/a.
Houve revisão positiva no crescimento do mês anterior de 0,7% para 0,8%. Com o resultado do mês de julho e a revisão na série, o setor de serviços se encontra 8,9% acima do nível pré pandemia, deixando carrego de 1,8% para o 3º trimestre e de 7,1% para o ano de 2022. Diante da forte recuperação dos serviços, o setor se encontra 1,8% abaixo do nível mais alto da série histórica (novembro/2014).
No mês de julho, houve crescimento em três dos cinco grandes grupos, com destaque para o crescimento do setor de Transportes (2,3%) e Informação & Comunicação (1,1%). O setor de transportes apresentou crescimento disseminado em todas as atividades, porém as maiores influências ocorreram na gestão de portos e terminais e concessionárias de rodovias, reflexo do escoamento da safra agrícola. O transporte de cargas apresentou avanço de 1,2%, a décima taxa positiva consecutiva, e o transporte de passageiros avançou 4,1%, com o cenário mais favorável para as atividades de turismo. Em relação ao setor de Informação & Comunicação, vale destacar o desempenho positivo da consultoria em TI e portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação.
Os serviços prestados às famílias (0,6%) cresceram pelo quinto mês seguido, acumulando alta de 9,7% no período. Entretanto, mesmo com a sequência positiva, o setor ainda não conseguiu recuperar o nível pré pandemia, estando 5,7% abaixo. Nesse mês, o destaque vai para hotéis e restaurantes, diante da retomada dos serviços de turismo, observado também pelo aumento do transporte aéreo, em um mês marcado pelas férias. Apesar do crescimento, o setor já parece dar sinais de desaceleração, com redução em sequência das taxas de crescimento.
Por outro lado, dois grupos apresentaram queda: serviços profissionais & administrativos (-1,1%) e outros serviços (-4,2%). Esse último pode ter relação com a mudança no padrão de consumo das famílias, uma vez que no período mais crítico da pandemia, as famílias de renda média/alta reduziram o consumo e pouparam mais, beneficiando os serviços financeiros auxiliares. Com a normalização da economia, as famílias vêm poupando menos e utilizando uma parcela maior da renda para o consumo. Já a queda no grupo de serviços profissionais & administrativos decorre da redução de receita nas empresas que prestam serviços para outras companhias, principalmente no setor de contabilidade, consultoria, auditoria contábil e tributária.
Os serviços apresentaram um resultado forte no mês de julho, não dando sinais de desaceleração e colocando viés positivo em nossa projeção para o crescimento do PIB no ano. O resultado não só veio melhor que nossa expectativa, como a composição foi positiva com difusão elevada. O setor vem sendo beneficiado por uma combinação de fatores. Não só a reabertura econômica com a redução das restrições, permitindo o retorno dos serviços prestados às famílias puxaram o setor. Estamos vendo um desempenho muito positivo do segmento de transporte, em especial, do transporte de cargas e mais recentemente do transporte de passageiros. Além disso, os serviços prestados às empresas vêm desempenhando um importante driver de crescimento, com atividades ligadas ao setor de informação & comunicação.