Em maio, o setor de serviços cresceu 0,9% na comparação com abril, melhor que a expectativa mediana do mercado que aguardava um avanço de 0,2% (Broadcast) e da nossa projeção de 0,8% m/m. Na comparação interanual, houve crescimento de 9,2% a/a. Além disso, nos últimos meses, houve revisão positiva, com avanço de 0,5% em fevereiro (inicialmente reportado -0,1%), de 2,0% em março (ante 1,4%) e -0,1% em abril (ante 0,2%).
O resultado de maio foi disseminado entre as atividades econômicas, com crescimento nos cinco grandes grupos. Os serviços de TI e o transporte de cargas impulsionaram o setor de serviços no mês. O transporte de cargas avançou 1,8% m/m, a oitava taxa positiva consecutiva, em especial pelo contexto do aumento da demanda pelo comércio eletrônico e no setor agropecuário. Além disso, o transporte de cargas vem sendo importante para a indústria (bens de capital e intermediários). Já o setor de TI avançou 0,9% m/m. As companhias, em especial as de desenvolvimento de aplicativos e ferramentas de busca na internet, vem aproveitando oportunidades criadas no período pós pandemia.
Em seguida, o grupo de Outros Serviços apresentou o terceiro maior impacto, crescendo 3,1% m/m. Esse é um grupo que apresenta uma composição muito diversificada de atividades, porém o destaque vai para os serviços financeiros auxiliares (administração de bolsas, consultoria de investimento e corretoras de valores).
Após um primeiro bimestre com taxas negativas, os serviços prestados às famílias apresentaram o terceiro crescimento positivo consecutivo, avançando 1,9% em maio. O setor acumula alta de 8,1% nos últimos três meses. Esse setor foi o mais afetado pela política de restrição a mobilidade urbana. Com isso, essas atividades (hotéis, restaurantes, academias) vem recuperando as grandes perdas. Apesar do avanço recente, esse segmento é o único que ainda não recuperou o nível pré pandemia, estando 7,0% abaixo.
O setor de serviços vem apresentando um desempenho muito positivo, apresentando crescimento de 9,4% em 2022 e estando 8,4% acima do nível pré pandemia. O carrego estatístico para o 2º trimestre do ano é de 1,9%. A recuperação do setor de serviços vem sendo consistente, com destaque para o desempenho do setor de transportes (16% acima do nível pré pandemia) e dos serviços de TI. O transporte de cargas e de passageiros apresentam dinâmicas distintas. O segmento de passageiros sofreu uma queda abrupta no início da pandemia e recuperou recentemente os patamares de fevereiro/20, porém nas últimas leituras apresenta desaceleração. Por outro lado, o segmento de cargas apresentou impacto muito menor da pandemia, recuperando rapidamente as perdas e estando 26% acima do nível pré pandemia.
Vale destacar que as políticas em discussão/aprovadas no Congresso Nacional (redução ICMS e PEC do Benefícios) darão impulso adicional para o segmento de serviços, uma vez que aumentam a renda disponível das famílias para consumir. A redução do ICMS de itens essenciais combinada com elevação do Auxílio Brasil e da inclusão de mais beneficiários no programa auxiliará as famílias no consumo de bens e serviços. Em linha com a forte recuperação do mercado de trabalho, a inflação de serviços continuará pressionando o IPCA. Nossa projeção para o PIB de 2022 é de 2,1%.