Em março, o setor de serviços cresceu 1,7% na comparação com fevereiro, melhor que a expectativa mediana do mercado que aguardava um avanço de 0,8% (Broadcast). Na comparação interanual, houve crescimento de 11,4% a/a. Além disso, houve revisão no resultado do mês anterior, passando de uma queda de -0,2% m/m para um crescimento de 0,4% m/m.
Com o resultado de março, o setor de serviços apresentou crescimento no 1º trimestre de 9,4% no interanual e 1,8% em relação ao trimestre anterior. O carrego estatístico é de 1,3% para o próximo trimestre e 5,7% para 2022. O setor como um todo está 7,2% acima do nível pré pandemia, sendo os serviços prestados às famílias o único grupo que ainda não se recuperou das perdas ocorridas pela pandemia, estando 12% abaixo (o setor chegou a ficar 63% abaixo em abril/20).
Em relação ao resultado de março, houve crescimento nas cinco atividades pesquisadas. O maior impacto positivo ocorreu no setor de Transportes (2,7%), em especial, o rodoviário de cargas (2,3%), principalmente, o ligado ao comércio eletrônico e ao agronegócio. Além disso, houve desempenho positivo do transporte aéreo (15,6%), impulsionado pela queda do preço das passagens aérea no mês (-7,33%).
A segunda maior influência positiva veio do setor de informação e comunicação (1,7%). O setor vinha de uma sequência de três quedas consecutivas, acumulando perda de 4,7% no período. O crescimento de março não elimina as perdas ocorridas nos meses anteriores, porém o setor está 10,5% acima do nível pré pandemia. No trimestre esse setor apresenta queda de 2,6% (t/t-1).
Houve crescimento de 2,4% nos serviços prestados às famílias, com destaque para atividades relacionadas a restaurantes, hotéis e serviços de bufê, sendo serviços sensíveis a mobilidade urbana que vem sendo beneficiados pela reabertura econômica, por exemplo no caso da retomada das aulas presenciais. Além disso, tivemos crescimento dos serviços profissionais e administrativos (1,5%) e outros serviços (1,6%).
Na ótica trimestral, houve avanço de 1,8% em relação ao trimestre anterior, porém ocorrendo de forma heterogênea entre as atividades. Por um lado, tivemos forte impacto do setor de transportes, com avanço de 6,9%, com destaque para transporte terrestre (7,2%) e aéreo (24%). Também influenciaram positivamente o trimestre, o setor de serviços profissionais e administrativos (5,1%), serviços prestados às famílias (1,3%) e outros serviços (0,9%). A única atividade que impactou negativamente foi o setor de informação e comunicação (-2,6%).
O setor de serviços vem apresentando desempenho positivo nas últimas leituras, com crescimento robusto e disseminado pelas atividades. Avaliamos que essa tendência, diante de dados preliminares, deve permanecer no 2º trimestre do ano, com uma desaceleração da atividade econômica ao longo do 2º semestre, quando os efeitos da política monetária contracionista ficarem mais evidentes.