Em outubro, o setor de serviços registrou alta de 0,3% m/m, vindo em linha com o consenso de mercado (Broadcast+) e um pouco abaixo da nossa projeção para o mês (0,4% m/m). Com este resultado, o setor de serviços dá continuidade à sequência de oito altas observadas nos meses imediatamente anterior, renovando o nível mais elevado já registrado em sua série histórica e corrobora a nossa expectativa de que o processo de arrefecimento da economia brasileira ocorrerá de forma gradual. Na comparação interanual, os serviços registraram alta de 2,2% a/a, ficando abaixo do consenso de mercado (2,8% a/a, Broadcast+), porém ficando mais em linha com a nossa expectativa para o mês (2,3% a/a).
O desempenho no mês foi marcado pela alta de todas as cinco categorias pesquisadas. O principal destaque positivo ficou por conta do segmento de transportes (1,0% m/m), dando continuidade às duas altas observadas nas leituras anteriores, refletindo o escoamento de uma safra bastante positiva de grãos e do avanço do comércio on-line que fez com que a série atingisse o nível mais elevado já registrado em sua série histórica. As demais altas ficaram por conta dos serviços de informação e comunicação (0,3% m/m), renovando o nível mais elevado já registrado na sua série histórica, contudo arrefecendo em relação à alta de 1,2% m/m registrada no mês imediatamente anterior; outros serviços (0,5% m/m), avançando pelo quarto mês consecutivo; profissionais e administrativos (0,1% m/m); e os serviços prestados às famílias (0,1% m/m).
Com o resultado mais recente, a média móvel trimestral do volume de serviços registrou alta de 0,4%, apresentando um desempenho relativamente estável ao longo das últimas oito leituras e reforça a percepção de que o setor segue resiliente, operando em terreno positivo. O dado corrobora a nossa avaliação de que mesmo diante de um ambiente macroeconômico mais desafiador – com inflação ainda elevada, política monetária restritiva e um elevado grau de incerteza -, o setor de serviço deve sustentar um processo gradual de arrefecimento da economia, se beneficiando de um mercado de trabalho ainda aquecido e uma política fiscal expansionista.
Com o resultado de outubro e as revisões nos meses anteriores, o setor de serviços se encontra 20,1% acima do nível pré-pandemia e opera no nível mais elevado já registrado em sua série histórica. Além disso, cabe destacar que com este resultado, o setor de serviços acumula alta de 3,3% no ano e deixa um carrego estatístico de 0,8% para o quarto trimestre e de 3,0% para o ano cheio de 2025.
Em nossa avaliação, o resultado de outubro reforça a visão de que o processo de desaceleração da economia brasileira deve se dar de forma gradual ao longo dos próximos meses. Mesmo diante de um ambiente macroeconômico adverso, a atividade segue sustentada por um mercado de trabalho aquecido e pelas recentes medidas de estímulo à demanda. Nesse contexto, o dado de hoje está em linha com a nossa projeção de crescimento do PIB do quarto trimestre, de 0,2% t/t na comparação com o trimestre anterior e de 2,3% no ano.








