Em setembro, o setor de serviços registrou alta de 0,6% m/m, vindo melhor do que o esperado pelo mercado (Broadcast+) e do que a nossa projeção para o mês, ambas de 0,4% m/m de alta. Com este resultado, o setor de serviços dá continuidade à sequência de oito resultados positivos consecutivos nos meses imediatamente anteriores, renovando o nível mais elevado já registrado em sua série histórica e corrobora a nossa expectativa de que o processo de arrefecimento da economia brasileiras ocorrerá de forma gradual. Na comparação interanual, os serviços registraram alta de 4,1% a/a, também ficando acima do consenso de mercado (3,6% a/a, Broadcast+), porém um pouco mais em linha com a nossa projeção (3,8% a/a).
O desempenho no mês foi marcado pela alta de três das cinco grandes categorias pesquisadas. O principal destaque positivo ficou por conta do segmento de transportes (1,2% m/m), dando continuidade à expansão observada no mês anterior (0,2% m/m), refletindo principalmente as altas de 3,4% m/m no transporte aéreo e de 1,2% m/m no transporte terrestre, que foram parcialmente compensados pelo recuo de 4,9% m/m no transporte aquaviário. Além disso, tivemos alta de 1,2% m/m dos serviços de informação e comunicação, retornando para o campo de expansão após o recuo de 0,5% m/m observado em agosto, de modo que, a série se encontra no patamar mais elevado já registrado na série histórica, refletindo a combinação entre a alta de 7,8% m/m dos serviços audiovisuais e agências de notícias e o ligeiro recuo de 0,1% m/m de serviços tecnologia da informação e comunicação. Por fim, a última alta ficou por conta de outros serviços (1,6% m/m), dando continuidade à sequência de duas altas observadas nos meses imediatamente anteriores.
Na ponta oposta, os dois recuos no mês ficaram por conta dos serviços prestados às famílias (-0,5% m/m) e nos serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6% m/m). Em relação ao primeiro, cabe destacar que, apesar do recuo no mês, os seus segmentos registraram resultados não negativos, com destaque para o avanço de 7,2% m/m dos outros serviços prestados às famílias enquanto os serviços de alojamento e alimentação apresentaram estabilidade, sugerindo que a queda dos serviços prestados às famílias decorre de um efeito base mais elevado por conta das altas observadas nos meses imediatamente anteriores. Em relação aos serviços profissionais, o seu recuo foi derivado das quedas observadas tanto nos serviços técnico-profissionais (-1,8% m/m) e dos serviços administrativos e complementares (-0,7% m/m).
Com o resultado mais recente, a média móvel trimestral do volume de serviços registrou alta de 0,3%, repetindo o desempenho observado nos 4 meses imediatamente anteriores e reforça a percepção de que o setor segue resiliente, operando em terreno positivo, ainda que em um ritmo de crescimento mais moderado. O dado corrobora a nossa avaliação de que, mesmo diante de um ambiente macroeconômico mais desafiador – com inflação elevada, política monetária restritiva e elevado grau de incerteza -, o setor de serviços deve sustentar um processo gradual de arrefecimento da economia, se beneficiando de um mercado de trabalho aquecido e uma política fiscal expansionista. Dessa forma, o setor de serviços encerra o terceiro trimestre com uma alta de 0,9% t/t, desacelerando em relação aos 1,2% t/t registrados no segundo trimestre, corroborando o nosso cenário de moderação no crescimento da economia.
Com o resultado de setembro e as revisões nos meses anteriores, o setor de serviços se encontra 19,5% acima do nível pré-pandemia e opera no nível mais elevado já registrado em sua série histórica. Além disso, cabe destacar que, com o resultado de serviços, o setor de serviços acumula alta de 2,9% no ano e deixa um carrego estatístico de 0,5% para o quarto trimestre e de 2,8% para o ano cheio de 2025.
Em nossa avaliação, o resultado de setembro reforça a visão de que o processo de desaceleração da economia brasileira deve se dar de forma gradual ao longo dos próximos meses. Mesmo diante de um ambiente macroeconômico adverso, a atividade segue sustentada por um mercado de trabalho aquecido e pelas recentes medidas de estímulo à demanda. Nesse contexto, o dado de hoje está em linha com a nossa projeção de crescimento do PIB no terceiro trimestre, de 0,3% na comparação com o trimestre anterior.








