De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em abril de 2024, a taxa de desemprego ficou em 7,5% da força de trabalho, vindo abaixo do piso das estimativas de 7,6% (Broadcast+). O resultado não teve variação significativa em relação ao trimestre de novembro a janeiro de 2024 a apresentou queda de 1,0 p.p. em relação ao mesmo trimestre móvel do ano anterior. Apesar da sazonalidade negativa do início do ano, o mercado de trabalho tem se mostrado resiliente nas últimas leituras, acumulando a quinta contração consecutiva da taxa de desemprego com ajuste sazonal que recuou 0,6 p.p. desde dez/23, atingindo o patamar de 7,2% na leitura do trimestre encerrado em abril.
A população ocupada não teve variação significativa no trimestre e avançou 2,8% (mais 2,8 milhões de pessoas) no ano, atingindo o patamar de 100,8 milhões de trabalhadores. Por sua vez, a população desocupada também não apresentou variação expressiva na comparação trimestral e recuou 9,7% (menos 882 mil pessoas) no ano.
Já em relação às ocupações, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 38,2 milhões de pessoas, representando estabilidade no trimestre e crescimento de 3,8% (mais 1,4 milhão pessoas) no ano. Por sua vez, o número de empregados sem carteira no setor privado (13,6 milhões) manteve-se estável frente ao último trimestre de 2023.
No trimestre móvel encerrado em abril de 2024, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 109,0 milhões de pessoas, ficando estável em relação ao trimestre findo em janeiro, de modo que, registrou expansão de 1,8% (mais 1,9 milhão de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2023. Já a população fora da força de trabalho (66,9 milhões) ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na comparação anual.
Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.151,0) apresentou estabilidade na comparação trimestral e alta de 4,7%. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual (R$ 308,3 bilhões) não variou significativamente no trimestre, mas registrou alta de 7,9% (mais 23,0 bilhões) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, refletindo os efeitos da expansão da população ocupada e o aumento do rendimento médio real no período em um contexto de maior formalização do mercado de trabalho.
Na nossa avaliação, os números apresentados reforçam a percepção de resiliência do mercado de trabalho, apesar da política monetária contracionista e de seus efeitos defasados sobre a economia real. A continuidade da tendência de queda da taxa de desemprego dessazonalizada que vem sendo acompanhada pela queda da taxa de informalidade e expansão da massa de rendimentos real ilustram bem esse diagnóstico. Seguimos avaliando que o bom desempenho do mercado de trabalho será um dos principais vetores positivos para impulsionar o crescimento da economia brasileira no ano, sobretudo através da expansão do consumo das famílias. Assim, mantivemos a nossa projeção, com viés baixista, de taxa de desemprego média de 7,6%, de modo que, encerre o ano em 7,2% da força do trabalho no final do ano.