A taxa de desemprego foi de 11,1% no trimestre encerrado em dezembro. O resultado veio melhor que a expectativa mediana do mercado (11,3%, Broadcast), ficando no piso das projeções de mercado. Houve uma queda de 3,0 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado e -1,5 p.p. em relação ao trimestre encerrado em setembro.
O resultado para o mercado de trabalho em 2021 foi muito positivo, com a taxa de desemprego recuando de 14,2% para 11,1%, com elevação da força de trabalho em 6,1 milhões de indivíduos diante do crescimento da ocupação em 8,5 milhões de trabalhadores e redução de desempregados em 2,4 milhões. A população ocupada e o número de desempregados já retornaram para patamares similares ao observado no período pré pandemia.
Em dezembro, o número de pessoas na força de trabalho foi de 107,7 milhões, aumento de 1,3 milhão de trabalhadores em relação ao trimestre encerrado em setembro, puxado pelo crescimento da população ocupada (2,7 milhões). Já o número de pessoas desocupadas recuou em 1,4 milhão no mesmo período. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a força de trabalho cresceu 6,0% (mais 6,1 milhões de pessoas).
A população ocupada foi de 95,7 milhões, aumento de 3,0% em relação ao trimestre anterior (3,2 milhões de pessoas a mais em relação ao trimestre encerrado em setembro). Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve crescimento de 9,8% (aumento de 8,5 milhões de pessoas). A população ocupada já se encontra em patamares acima do período pré pandemia.
O crescimento da população ocupada continua sendo concentrado nos trabalhadores do setor privado e por conta própria. A geração de empregos no setor privado vem ganhando relevância nos últimos meses, com a desaceleração dos empregos por conta própria. Nos últimos trimestres, os empregos por conta própria representavam cerca de 35% do total de empregos criados. Agora, esse número está em 17,4%. Das 2,7 milhões de pessoas a mais ocupadas em relação ao trimestre encerrado em setembro, 483 mil foi de trabalhadores por conta própria (sendo 299 mil de informais e 184 mil formais) e 1,7 milhões de trabalhadores no setor privado (sendo 987 mil de formais e 752 mil de informais).
O crescimento da ocupação no trimestre encerrado em dezembro ocorreu em nove das dez atividades pesquisadas. As maiores contribuições vieram do setor de comércio (602 mil), indústria (212 mil), alojamento e alimentação (254 mil), outros serviços (521 mil) e serviços domésticos (347 mil). O único setor que apresentou queda foi o de agricultura (-166 mil). Cerca de 77% da ocupação no trimestre ocorreu no setor de serviços e comércio, sendo segmentos de caráter presencial beneficiados pela reabertura econômica.
O nível de ocupação (população ocupada sobre a população em idade ativa), ficou em 55,6%, aumento de 1,5 p.p. em relação ao trimestre encerrado em setembro. O nível de ocupação se aproxima da média histórica da série (55,7%) e do nível pré pandemia (56%).
Em relação ao rendimento real, tivemos redução de 3,6% no rendimento médio habitual em relação ao trimestre encerrado em setembro e de -10,8% na variação interanual. Já a massa de rendimentos apresentou leve queda de 0,6% em relação ao mesmo período.
Nossa projeção preliminar para o próximo mês para a taxa de desemprego é de 11,3%, aumento decorrente da sazonalidade da taxa de desemprego. Para 2022, projetamos taxa de desemprego em 10,8% ao final do ano.