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Publicado em 31 de Janeiro às 14:08:40

PNAD (dez/23): Taxa de desemprego fica em 7,4% e surpreende as expectativas do mercado

De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em dezembro de 2023, a taxa de desemprego ficou em 7,4% da força de trabalho, vindo melhor do que a mediana de mercado que tinha como projeção 7,5% (Broadcast+). Esta foi a menor taxa registrada desde o trimestre móvel encerrado em jan/15, e a menor para um trimestre encerrado em dezembro desde 2014. O resultado representa um recuo de -0,3 p.p. em relação ao trimestre móvel encerrado em setembro e -0,5 p.p. ante o mesmo período do ano anterior, de modo que, a taxa de desemprego média do ano ficou em 8,0%, representando uma queda de 1,3 p.p. em relação à 2022.

A população ocupada avançou 1,1% t/t frente ao trimestre móvel anterior (mais 1,1 milhão de pessoas), com destaque para o setor de serviços que elevou a ocupação no período (mais 888,0 mil pessoas), e apresentou alta de 1,6% no ano (1,6 milhão), atingindo o patamar de 101,0 milhões e renovou o maior contingente já registrado desde o início da série histórica em 2012. Por sua vez, a população desocupada (8,1 milhões) recuou -2,8% t/t (menos 234 mil pessoas) no mesmo período e -5,7% t/t (menos 490 mil) no ano, registrando o menor contingente desde o trimestre encerrado em mar/15 (8,05 milhões).

No trimestre móvel encerrado em dezembro de 2023, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 109,1 milhões de pessoas, crescendo 0,8% t/t em relação ao trimestre findo em setembro (mais 912 mil), de modo que, registrou expansão de 1,0% t/t (1,1 milhão de pessoas) no ano. Já a população fora da força de trabalho recuou 0,8% t/t (menos 543 mil) em relação ao trimestre anterior e ficou estável em relação ao período findo em dez/22.

Já em relação às ocupações, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 38,0 milhões de pessoas, com alta de 1,6% t/t em relação ao trimestre anterior (mais 612,0 mil trabalhadores) e crescendo 3,0% (mais 1,1 milhão pessoas) no ano. Este foi o maior contingente já registrado na série histórica iniciada em 2012. Por sua vez, o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) ficou estável no trimestre e no ano. A combinação destes resultados sugere uma maior formalização do setor privado, contribuindo para a elevação do rendimento médio e da massa de rendimento real, que serão importantes vetores de impulso ao consumo ao longo de 2024. Cabe destacar que o número de trabalhadores por conta própria, empregadores e o de empregados no setor público ficaram estáveis no trimestre e no ano.

Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.032,0) apresentou alta de 0,8% t/t em relação ao trimestre anterior e de 3,1% a/a frente à dez/22. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual avançou 2,1% t/t frente ao trimestre anterior, atingindo o patamar mais elevado da série histórica (R$ 301,6 bilhões), refletindo os efeitos da expansão da população ocupada e o aumento do rendimento médio real, em um contexto de maior formalização do mercado de trabalho, e aumento de 5,0% a/a na comparação interanual.

Os números divulgados no relatório de dezembro, reforçam a percepção de um mercado de trabalho resiliente, apesar da política monetária ainda significativamente contracionista, visto que os números apontam para um importante avanço da população ocupada, sendo acompanhada pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentava elevação ao longo do segundo semestre do ano. Este diagnóstico reverteu a tendência observada nos primeiros trimestres do ano, período em que foi observada uma queda artificial da taxa de desemprego que refletia o fluxo de saída de pessoas da força de trabalho. Cabe destacar que o ano também foi marcado por uma forte expansão da massa de rendimentos habitual, que deve ser um importante fator de impulso à demanda no próximo ano. Para 2024, diante dos sinais de resiliência da atividade econômica e expansão das políticas fiscais, avaliamos que o mercado de trabalho deve apresentar um desempenho similar ao observado em 2023, de modo que, projetamos que a taxa de desemprego média deve ficar em 8,2% no ano.

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