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Publicado em 31 de Janeiro às 16:00:55

PNAD (Dez/24): Taxa de desemprego frustra expectativas e encerra 2024 em 6,2%

De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em dezembro de 2024, a taxa de desemprego avançou para 6,2% da força de trabalho, vindo pior do que o consenso de mercado que tinha como projeção mediana um recuo para 6,0% (Broadcast+) que também era a nossa projeção. Com este resultado, a taxa de desemprego registrou elevação de 0,1 p.p. em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro e de 1,2 p.p. quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Essa foi a segunda menor taxa de desocupação já registrada na série histórica, ficando atrás apenas dos 6,1% registrados em novembro.

A população ocupada avançou 0,8% (mais 789,0 mil pessoas) em relação ao trimestre móvel encerrado em setembro atingindo o patamar de 103,8 milhões de trabalhadores, além de ter registrado avanço de 2,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Entretanto, apesar da sazonalidade usualmente favorável para a expansão da população ocupada no mês, na passagem do trimestre móvel encerrado em novembro para dezembro, a população ocupada foi reduzida em 85 mil pessoas, ante expansão de 477 mil em 2023. No que diz respeito à população desocupada, foi registrado recuo de 2,6% no trimestre (menos 179 mil pessoas) e de -15,6% a/a (menos 1,3 milhão de pessoas) em relação ao trimestre móvel encerrado em dez/23. Cabe destacar que em relação ao trimestre móvel encerrado em nov/24, houve aumento de 52 mil pessoas desocupadas, ante queda de 121,0 mil no mesmo período do ano anterior.

Os dados de dezembro corroboram a expectativa de desaceleração da economia no último trimestre do ano, refletindo a combinação entre uma inflação elevada, retomada do ciclo de aperto monetário e aumento das incertezas econômicas, sobretudo associadas a deterioração fiscal. A taxa de desemprego dessazonalizada saltou de 6,39% da força de trabalho para 6,52%, interrompendo a sequência de quedas registradas nos meses imediatamente anteriores. Apesar da perspectiva de arrefecimento do mercado de trabalho, avaliamos que este deve permanecer resiliente, abaixo do nível neutro, de modo que, seguirá beneficiando a atividade econômica em 2025 e fazer com que o consumo das famílias seja novamente o principal driver de crescimento. Porém, segue exercendo papel de importante fator de risco inflacionário nos próximos meses. Com o resultado de hoje, revisamos nossa projeção de taxa de desemprego média de 2025 de 7,0% para 7,1%, refletindo a elevação da taxa de desemprego de 6,2% em dez/24 para 6,6% em dez/25.

A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 110,6 milhões de pessoas, situando-se próximo do patamar mais elevado já registrado na série histórica atingida no trimestre móvel encerrado em nov/24. Este resultado foi derivado do avanço de 0,6% (mais 610 mil pessoas) ante o trimestre móvel encerrado em set/24 e de 1,4% em doze meses (mais 1,6 milhão de pessoas). Já a população fora da força de trabalho (66,2 milhões de pessoas) recuou 0,4% na comparação trimestral (menos 246 mil pessoas) e -0,2% na comparação anual (menos 116 mil pessoas).

Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.315,0) avançou 1,4% em relação ao trimestre encerrado em setembro e alta de 4,3% a/a em relação ao mesmo período do ano anterior. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual apresentou expansão de 2,3% na comparação trimestral e avançou 7,4% a/a na comparação anual, de modo que, renovou o patamar mais elevado já registrado na série histórica de R$ 339,5 bi.

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