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Publicado em 31 de Março às 11:18:30

PNAD (Fev/22): Desemprego fica em 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro

A taxa de desemprego foi de 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado veio melhor que a expectativa mediana do mercado (11,4%, Broadcast), ficando no piso das projeções.  Na série com ajuste sazonal, houve redução de 0,7 p.p. na taxa de desemprego em relação ao último trimestre (encerrado em novembro). Além disso, o desemprego recuou em 3,4 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado, sendo a menor taxa de desemprego para o período desde 2016 (10,3%).

Em fevereiro, o número de pessoas na força de trabalho foi de 107,2 milhões, redução de 85 mil trabalhadores em relação ao trimestre encerrado em novembro, puxado pela redução de 389 mil indivíduos desocupados. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a força de trabalho cresceu 4,9% (mais 4,9 milhões de pessoas).

A população ocupada foi de 95,2 milhões, aumento de 0,3% em relação ao trimestre anterior (304 mil pessoas a mais em relação ao trimestre encerrado em novembro). Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve crescimento de 9,1% (aumento de 7,9 milhões de pessoas). A população ocupada se mantém em patamar observado no período pré pandemia. Entretanto, analisando a tendência pré pandemia, a população ocupada aumentava cerca de 500 mil empregos por trimestre. Para que ao final de 2022 se recupere o nível que seria observado pela tendência anterior, a população ocupada deveria crescer 5,8%, uma taxa muito elevada.

A recuperação do mercado de trabalho não vem ocorrendo de forma homogênea entre os setores econômicos. Alguns setores (agrícola, administração pública e serviços prestados às empresas) sentiram menos os efeitos da pandemia e já apresentam mais pessoas ocupadas atualmente do que no período pré pandemia. Porém, outros setores, principalmente os ligados a prestação de serviços, foram duramente afetados pela pandemia e ainda não recuperaram os níveis de emprego vistos anteriormente do surto: alojamento e alimentação está 8,4% abaixo, serviços domésticos, 5,7% abaixo, e outros serviços, -4,6%.  O setor de serviços é intensivo em mão de obra e com a retomada das atividades presenciais, diante do arrefecimento da pandemia, avaliamos que esse setor continuará a se recuperar ao longo de 2022 e será o principal driver para geração de empregos no ano.

Além disso, em relação ao trimestre anterior, houve aumento de 1,1% da população ocupada com carteira, porém queda dos trabalhadores por conta própria em 1,9%. Em relação ao mesmo período do ano passado, dos 7,9 milhões de indivíduos a mais ocupados, 62% advêm de trabalhadores no setor privado, sendo que 2,9 milhões com carteira assinada, enquanto 25% do aumento foi por conta dos trabalhadores por conta própria. Essas duas categorias apresentam dinâmicas opostas desde o início da recuperação do mercado de trabalho pós pandemia: enquanto, em um primeiro momento, os trabalhadores por conta própria corresponderam por mais de 60% dos empregos criados na variação interanual, agora estão em 25%. Por outro lado, os trabalhadores do setor privado apresentam tendência de crescimento saindo dos 40% para 62%.

O nível de ocupação (população ocupada sobre a população em idade ativa), ficou em 55,2%, mesmo nível observado no trimestre encerrado em novembro. O nível de ocupação se aproxima da média histórica da série (55,7%) e do nível pré pandemia (56%).  Por outro lado, a taxa de participação (força de trabalho sobre a população em idade ativa) apresentou o primeiro recuo em relação ao trimestre anterior desde agosto de 2020. A taxa de participação recuou 0,2 p.p para 62,2%.

Em relação ao rendimento real, houve aumento de 0,3%, a primeira variação positiva desde setembro de 2020. Além disso, tivemos pelo segundo mês consecutivo aumento da massa de rendimentos, dessa vez em 0,6%. Nossa projeção para taxa de desemprego ao final de 2022 é de 10,6%.

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