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Publicado em 28 de Março às 16:21:41

PNAD (fev/24): taxa de desemprego de 7,8%, em linha com as expectativas

De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro de 2024, a taxa de desemprego ficou em 7,8% da força de trabalho, vindo em linha com a mediana de mercado que tinha como projeção 7,8% (Broadcast+). O resultado representa um aumento de 0,3 p.p. em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro e -0,7 p.p. ante o mesmo período do ano anterior.

A população ocupada não apresentou variação significativa no trimestre e apresentou alta de 2,2% no ano (mais 2,1 milhões de pessoas), atingindo o patamar de 100,25 milhões. Por sua vez, a população desocupada (8,5 milhões) avançou 4,1% t/t no mesmo período e recuou 7,5% t/t no ano.

No trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2024, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 108,8 milhões de pessoas, crescendo 0,1% t/t em relação ao trimestre findo em novembro, de modo que, registrou expansão de 1,3% t/t no ano. Já a população fora da força de trabalho cresceu 0,4% t/t em relação ao trimestre anterior e não teve variação significativa no ano.

Já em relação às ocupações, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 38,0 milhões de pessoas, sem variação significativa no trimestre e crescendo 3,2% (mais 1,2 milhão pessoas) no ano. Por sua vez, o número de empregados sem carteira no setor privado (13,3 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 2,6% (mais 331 mil) no ano. A combinação destes resultados sugere uma maior formalização do setor privado, contribuindo para a elevação do rendimento médio e da massa de rendimento real, que serão importantes vetores de impulso ao consumo ao longo de 2024. Cabe destacar que o número de trabalhadores por conta própria e o de empregados no setor público ficaram estáveis no trimestre.

Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.110,0) apresentou alta de 1,1% t/t em relação ao trimestre anterior e de 4,3% a/a frente à fev/23. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual (R$ 307,3 bilhões) não variou significativamente no trimestre e avançou 6,7% (mais R$ 19,3 bilhões) na comparação anual, refletindo os efeitos da expansão da população ocupada e o aumento do rendimento médio real em um contexto de maior formalização do mercado de trabalho.

Tal resultado reforça a percepção de um mercado de trabalho resiliente, apesar da política monetária ainda significativamente contracionista, visto que os números apontam para um importante avanço da população ocupada, sendo acompanhada pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentava elevação ao longo do segundo semestre do ano passado. Este diagnóstico reverteu a tendência observada nos primeiros trimestres do ano de 2023, período em que foi observada uma queda artificial da taxa de desemprego que refletia o fluxo de saída de pessoas da força de trabalho. Dessa forma, diante dos sinais de resiliência da atividade econômica e expansão das políticas fiscais, avaliamos que o mercado de trabalho deve apresentar um desempenho similar ao observado em 2023. Assim, projetamos, com viés baixista, taxa de desemprego média de 8,1% no ano.

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