A taxa de desemprego foi de 11,2% no trimestre encerrado em janeiro. O resultado veio melhor que a expectativa mediana do mercado (11,3%, Broadcast). Houve uma queda de 3,3 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado, sendo a menor taxa de desemprego para o período desde 2016 (9,6%). Em relação ao trimestre encerrado em outubro, houve redução de 0,9 p.p.
Em janeiro, o número de pessoas na força de trabalho foi de 107,5 milhões, aumento de 612 mil trabalhadores em relação ao trimestre encerrado em outubro, puxado pelo crescimento da população ocupada (1,5 milhão). Já o número de pessoas desocupadas recuou em 858 mil no mesmo período. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a força de trabalho cresceu 5,4% (mais 5,5 milhões de pessoas).
A população ocupada foi de 95,4 milhões, aumento de 1,6% em relação ao trimestre anterior (1,5 milhão de pessoas a mais em relação ao trimestre encerrado em outubro). Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve crescimento de 9,4% (aumento de 8,2 milhões de pessoas). A população ocupada se mantém acima do patamar observado no período pré pandemia.
A recuperação do mercado de trabalho não vem ocorrendo de forma homogênea entre os setores econômicos. Alguns setores (agrícola, administração pública e serviços prestados às empresas) sentiram menos os efeitos da pandemia e já apresentam mais pessoas ocupadas atualmente do que no período pré pandemia. Porém, outros setores, principalmente os ligados a prestação de serviços, foram duramente afetados pela pandemia e ainda não recuperaram os níveis de emprego vistos anteriormente do surto: alojamento e alimentação está 8% abaixo, serviços domésticos, 6,5% abaixo, e outros serviços, -5,5%.
Além disso, o crescimento da população ocupada continua sendo concentrado nos trabalhadores do setor privado e por conta própria. O setor privado já recuperou o nível pré pandemia, enquanto os trabalhadores por conta própria estão 5,5% acima. Duas categorias apresentam dinâmicas opostas nesse período: enquanto o número de conta própria com CNPJ aumentou consideravelmente no período, estando 19,9% acima do nível pré pandemia, os trabalhadores domésticos com carteira ainda não conseguiram se recuperar, estando 16,2% abaixo.
O nível de ocupação (população ocupada sobre a população em idade ativa), ficou em 55,3%, aumento de 0,7 p.p. em relação ao trimestre encerrado em outubro. O nível de ocupação se aproxima da média histórica da série (55,7%) e do nível pré pandemia (56%).
Em relação ao rendimento real, tivemos redução de 1,2% no rendimento médio habitual em relação ao trimestre encerrado em outubro e de -9,7% na variação interanual. Já a massa de rendimentos apresentou aumento de 0,5% em relação ao trimestre anterior, o primeiro aumento nos últimos cinco trimestres. Na comparação interanual, a massa de rendimentos caiu 0,9%.