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Publicado em 29 de Fevereiro às 16:13:40

PNAD (jan/24): desemprego de 7,6% surpreende positivamente as expectativas

De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em janeiro de 2024, a taxa de desemprego ficou em 7,6% da força de trabalho, vindo melhor do que a mediana de mercado que tinha como projeção 7,8% (Broadcast+). Esta foi a menor taxa registrada desde o trimestre móvel encerrado em jan/15, e a menor para um trimestre encerrado em dezembro desde 2014. O resultado representa uma estabilidade em relação ao trimestre móvel encerrado em outubro e -0,7 p.p. ante o mesmo período do ano anterior.

A população ocupada avançou 0,4% t/t frente ao trimestre móvel anterior (mais 387 mil pessoas) e apresentou alta de 2,0% no ano (mais 1,957 milhão de pessoas), atingindo o patamar de 100,6 milhões. Por sua vez, a população desocupada (8,3 milhões) avançou 0,4% t/t no mesmo período e -7,8% t/t no ano.

No trimestre móvel encerrado em janeiro de 2024, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 108,9 milhões de pessoas, crescendo 0,4% t/t em relação ao trimestre findo em outubro (mais 420 mil), de modo que, registrou expansão de 1,2% t/t (1,3 milhão de pessoas) no ano. Já a população fora da força de trabalho diminuiu 0,1% t/t em relação ao trimestre anterior e aumentou 0,4% em relação ao período findo em jan/23.

Já em relação às ocupações, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 38,0 milhões de pessoas, com alta de 0,9% t/t em relação ao trimestre anterior (mais 335,0 mil trabalhadores) e crescendo 3,1% (mais 1,1 milhão pessoas) no ano. Por sua vez, o número de empregados sem carteira no setor privado (13,4 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 2,6% (mais 335 mil) no ano. A combinação destes resultados sugere uma maior formalização do setor privado, contribuindo para a elevação do rendimento médio e da massa de rendimento real, que serão importantes vetores de impulso ao consumo ao longo de 2024. Cabe destacar que o número de trabalhadores por conta própria e o de empregados no setor público ficaram estáveis no trimestre.

Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.034,0) apresentou alta de 1,6% t/t em relação ao trimestre anterior e de 3,8% a/a frente à jan/23. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual avançou 2,1% t/t frente ao trimestre anterior, atingindo o patamar mais elevado da série histórica (R$ 305,1 bilhões), refletindo os efeitos da expansão da população ocupada e o aumento do rendimento médio real, em um contexto de maior formalização do mercado de trabalho, e aumento de 6,0% a/a na comparação interanual.

Tal resultado reforça a percepção de um mercado de trabalho resiliente, apesar da política monetária ainda significativamente contracionista, visto que os números apontam para um importante avanço da população ocupada, sendo acompanhada pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentava elevação ao longo do segundo semestre do ano passado. Este diagnóstico reverteu a tendência observada nos primeiros trimestres do ano de 2023, período em que foi observada uma queda artificial da taxa de desemprego que refletia o fluxo de saída de pessoas da força de trabalho. Assim, diante dos sinais de resiliência da atividade econômica e expansão das políticas fiscais, avaliamos que o mercado de trabalho deve apresentar um desempenho similar ao observado em 2023, de modo que, projetamos que a taxa de desemprego média deve ficar em 8,1% no ano.

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