De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em janeiro de 2025, a taxa de desemprego avançou para 6,5% da força de trabalho, vindo melhor do que o esperado pelo mercado que tinha como projeção mediana uma alta para 6,6% (Broadcast+) que também era a nossa projeção. Com este resultado, a taxa de desemprego registrou uma elevação de 0,3 p.p. frente ao trimestre móvel encerrado em dez/24, mas registra recuo de 1,1 p.p. frente ao mesmo período do ano anterior. Dessa forma, a taxa de desemprego retorna para o menor nível já registrado em sua série histórica para o mês de janeiro, ao igualar o resultado obtido em 2014.
Avaliamos que os números de janeiro da PNAD Contínua reforçam a nossa percepção de que o processo de arrefecimento da economia ocorrerá de maneira bastante gradual ao longo de 2025, ficando em linha com os números do Caged para o mês. Esse fato torna-se evidente quando analisamos a taxa de desemprego após ajuste sazonal que ficou estável em relação ao número de dez/24 em 6,5%, sugerindo que mesmo diante da deterioração do cenário macroeconômico (juros e inflação mais elevados e aumento significativo do risco fiscal) o mercado de trabalho inicia 2025 com uma certa estabilidade. Dessa forma, projetamos que o mercado de trabalho deve permanecer resiliente ao longo do ano, operando abaixo do nível neutro, de modo que, seguirá beneficiando a atividade econômica em 2025. Porém, ao mesmo tempo, exercerá o papel de um dos principais riscos altistas para a inflação no ano. Com o resultado de hoje, mantemos a nossa projeção de que a taxa de desemprego média de 2025 fique em 7,1%, refletindo uma alta da taxa de desocupação de 6,2% em dez/24 para 6,6% em dez/25.
A população ocupada recuou 0,6% (menos 641 mil pessoas) em relação ao trimestre móvel encerrado em outubro, recuando para o patamar de 103,0 milhões de trabalhadores, mas quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior houve expansão de 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas). No que diz respeito à população desocupada, houve crescimento de 5,3% na variação trimestral (mais 363,0 mil pessoas), mas na comparação interanual segue registrando recuo (-13,1% a/a, – 1,1 milhão de pessoas).
A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 110,2 milhões de pessoas, situando-se próximo do patamar mais elevado já registrado na série histórica atingida no trimestre móvel encerrado em nov/24. Já a população fora da força de trabalho (66,8 milhões de pessoas) aumentou 1,0% (mais 640,0 mil pessoas) na comparação trimestral e apresentou estabilidade em relação ao mesmo período do ano anterior.
Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.343,0) avançou 1,4% em relação ao trimestre encerrado em outubro e alta de 3,7% a/a em relação ao mesmo período do ano anterior. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual ficou estável no trimestre, porém registrou aumento de 6,2% (mais R$ 19,9 bi) em relação ao mesmo período do ano anterior, ficando próximo do patamar mais elevado já registrado na série histórica em dez/24.










