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Publicado em 16 de Setembro às 14:26:48

PNAD (Jul/25): Desemprego surpreende e reforça percepção de robustez do mercado de trabalho

De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego registrada no trimestre móvel encerrado em julho de 2025 foi de 5,6% da força de trabalho, vindo no piso das estimativas de mercado (Broadcast+) e melhor do que a nossa projeção para o período (5,7%). Com este resultado, a taxa de desemprego registrou um recuo de 0,2 p.p. em relação à leitura imediatamente anterior, renovando o menor nível já registrado em sua série histórica e acumula uma queda de 1,1 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego recuou de 5,8% da força de trabalho para 5,7%, corroborando a nossa expectativa de que o mercado de trabalho seguirá resiliente ao longo dos próximos meses, mesmo diante de uma política monetária significativamente contracionista.

Essa percepção também é corroborada pelos demais indicadores na série com ajuste sazonal. A taxa de ocupação avançou 0,1% m/m na margem, renovando o nível mais elevado já registrado em sua série histórica (102,4 mi de trabalhadores). Já a população desocupada recuou 1,7% m/m em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior, também atingindo o menor contingente de pessoas já registrada em sua série histórica (6,2 mi). Dessa forma, apesar dos indicadores de atividade setoriais sugerirem que a economia brasileira entrou em uma trajetória de arrefecimento a partir do 2T25, o mercado de trabalho que segue resiliente, operando abaixo do seu nível neutro e deve seguir exercendo um papel de protagonismo entre os fatores altistas de risco para a inflação nos próximos meses. Nesse contexto, avaliamos que o resultado de hoje corrobora a nossa perspectiva de que o BC seguirá conduzindo a política monetária ao longo das próximas reuniões com bastante cautela, mantendo a taxa Selic no patamar atual até o 1T26.

Para o próximo trimestre móvel, preliminarmente, nossos modelos sugerem que a taxa de desemprego recuará para 5,4% da força de trabalho, de modo que, na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego deve sofrer ligeiro recuo (-0,1 p.p.) para 5,6% da força de trabalho. Com o resultado de hoje e a revisão nas projeções dos próximos meses, esperamos que a taxa de desemprego encerre o ano em 5,4% da força de trabalho, de modo que, a nossa estimativa para a taxa de desocupação média no ano recuou 0,1 p.p. para 6,0% da força de trabalho.

Na série sem ajuste sazonal, a população ocupada registrou expansão de 1,2% em relação ao trimestre móvel encerrado em abril (mais 1,2 milhão de trabalhadores) e de 2,4% no ano (mais 2,4 mi de pessoas), de modo que, atingiu o patamar de 102,4 mi de trabalhadores, o mais elevado já registrado em sua série histórica. No que diz respeito à população desocupada, houve recuo de 14,2% no trimestre (menos 1,0 mi de pessoas) e recuo de 16,0% no ano (menos 1,2 mi de pessoas), de modo que, o contingente de desocupados recuou para 6,1 mi de pessoas, ficando praticamente igual ao nível mais baixo já registrado na sua série histórica de 6,1 mi em dez/13.

A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 108,6 milhões de pessoas, ficando estável em relação ao trimestre móvel anterior e registrando alta de 1,1% (mais 1,2 mi de pessoas) frente ao mesmo trimestre móvel de 2024. Já a população fora da força de trabalho (65,5 mi de pessoas) não teve variação significativa tanto na comparação trimestral quanto anual. Porém, na série com ajuste sazonal, o contingente de pessoas fora da força de trabalho registrou avanço de 0,2% m/m, dando continuidade as altas observadas nos dois trimestres imediatamente anteriores, sugerindo uma tendência de saída de pessoas da força de trabalho que pode contribuir para sustentar a taxa de desemprego em um patamar mais baixo ao longo das próximas leituras.

Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.484,0) avançou 1,3% em relação ao trimestre encerrado em abril e registrou expansão de 3,8% a/a em relação ao mesmo período do ano anterior, acelerando em relação aos 3,3% a/a registrados no trimestre móvel imediatamente anterior (abri/25). Na mesma direção, a massa de rendimento real habitual avançou 2,5% no trimestre e 5,4% a/a em relação ao mesmo período do ano anterior, acelerando em relação ao ritmo observado no mês imediatamente anterior (5,9% a/a), atingindo o patamar mais elevado já registrado em sua série histórica (R$ 352,3 bi), reforçando a percepção de aquecimento do mercado de trabalho.

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