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Publicado em 31 de Julho às 11:27:54

PNAD (jun/24): desemprego de 6,9% reforça resiliência do mercado de trabalho

De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em junho de 2024, a taxa de desemprego recuou para 6,9% da força de trabalho, vindo em linha com as estimativas de mercado (Broadcast+), de modo que, registrou queda de 1,0 p.p. em relação à leitura do trimestre móvel encerrado em março. Essa foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em junho desde 2014 (6,9%). Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego manteve-se em 7,0% no trimestre móvel encerrado em junho.

A população ocupada avançou 1,6% no trimestre (mais 1,6 milhão de pessoas) atingindo o patamar recorde da série histórica (101,8 milhões de trabalhadores). Com este resultado, a população ocupada avançou 3,0% (mais 2,9 milhões de pessoas) no ano. Por sua vez, a população desocupada registrou significativo recuo de -12,5% no trimestre (-1,1 milhão de pessoas), registrando o menor contingente de pessoas desocupadas desde o trimestre encerrado em fev/15. No ano, a população desocupada recuou 12,8% (menos 1,1 milhão de pessoas).

Já em relação às ocupações, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 38,3 milhões de trabalhadores, sendo esse o novo recorde da série histórica da PNAD contínua. Em relação ao trimestre móvel anterior, houve alta de 0,9% (mais 330 mil trabalhadores). Na mesma direção, o número de empregados sem carteira no setor privado alcançou o patamar de 13,7 milhões, o nível mais elevado já registrado na série histórica, ao avançar 2,9% no trimestre (mais 383 mil pessoas).

A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 109,3 milhões de pessoas, avançando 0,5% (mais 258 mil pessoas) em relação ao número registrado no trimestre móvel encerrado em março e 1,7% (mais 1,8 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a população fora da força de trabalho (66,7 milhões) apresentou quedas de 0,3% na comparação trimestral e de 0,5% na comparação anual.

Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.214) cresceu 1,8% na comparação trimestral e 5,8% no ano. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual avançou 3,5% em relação ao trimestre móvel anterior, de modo que, alcançou o patamar de R$ 322,6 bi, o nível mais elevado já registrado na série histórica. Na comparação interanual, a expansão foi de 9,2% a/a, acelerando em relação aos 9,0% a/a observados no mês imediatamente anterior.

Tal resultado reforça a percepção de um desempenho mais robusto do mercado de trabalho ao longo do primeiro semestre do ano. Por um lado, avaliamos que a resiliência do mercado de trabalho atua como um dos principais impulsionadores da atividade econômica em 2024, indo na direção da nossa avaliação que o consumo será o principal driver de crescimento. Por outro lado, o superaquecimento do mercado de trabalho capturado, principalmente, pela dinâmica de salários e massa de rendimento que avança em ritmo incondizente com o cumprimento da meta da inflação são importantes fatores de risco altistas para a dinâmica de preços no ano. O número de hoje impõe um viés baixista para a nossa projeção de taxa de desemprego que deve sair de 7,0% para um número ao redor de 6,5% da força de trabalho.

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