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Publicado em 01 de Julho às 14:04:53

PNAD (maio/24): desocupação atinge o menor nível da série histórica

De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em maio de 2024, a taxa de desemprego recuou para 7,1% da força de trabalho, vindo no piso das estimativas de mercado (Broadcast+), de modo que, registrou queda de 0,7 p.p. em relação à leitura do trimestre móvel encerrado em fevereiro. Essa foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em maio desde 2014 (7,1%). Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego saiu de 7,2% no trimestre móvel encerrado em abril para 7,0% em maio, dando continuidade a sequência de seis contrações da taxa de desemprego nessa métrica.

A população ocupada avançou 1,1% no trimestre (mais 1,1 milhão de pessoas) atingindo o patamar recorde da série histórica (101,3 milhões de trabalhadores). Com este resultado, a população ocupada avançou 3,0% (mais 2,9 milhões de pessoas) no ano. Por sua vez, a população desocupada registrou significativo recuo de -8,8% no trimestre (-751 mil pessoas), registrando o menor contingente de pessoas desocupadas desde o trimestre encerrado em fev/15. No ano, a população desocupada recuou 13,0% (menos 1,2 milhão de pessoas).

Já em relação às ocupações, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 38,3 milhões de trabalhadores, sendo esse o novo recorde da série histórica da PNAD contínua. Em relação ao trimestre móvel anterior, houve alta de 0,9% (mais 330 mil trabalhadores). Na mesma direção, o número de empregados sem carteira no setor privado alcançou o patamar de 13,7 milhões, o nível mais elevado já registrado na série histórica, ao avançar 2,9% no trimestre (mais 383 mil pessoas).

A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 109,1 milhões de pessoas, avançando 0,3% (mais 330 mil pessoas) em relação ao número registrado no trimestre móvel encerrado em fevereiro e 1,6% (mais 1,8 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a população fora da força de trabalho (66,8 milhões) ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na comparação anual.

Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.181,0) apresentou estabilidade na comparação trimestral e alta de 5,6% a/a em relação ao mesmo mês do ano anterior. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual avançou 2,2% em relação ao trimestre móvel anterior, de modo que, alcançou o patamar de R$ 317,9 bi, o nível mais elevado já registrado na série histórica. Na comparação interanual, a expansão foi de 9,0% a/a, acelerando em relação aos 7,9% a/a observados no mês imediatamente anterior.

Na nossa avaliação, os números apresentados reforçam a percepção de resiliência do mercado de trabalho, apesar da política monetária contracionista e de seus efeitos defasados sobre a economia real. A continuidade da tendência de queda da taxa de desemprego dessazonalizada que vem sendo acompanhada pela queda da taxa de informalidade e forte expansão da massa de rendimentos real ilustram bem esse diagnóstico. Seguimos avaliando que o bom desempenho do mercado de trabalho será um dos principais vetores positivos para impulsionar o crescimento da economia brasileira no ano, sobretudo através da expansão do consumo das famílias. Entretanto, cabe destacar que o forte ritmo de expansão da massa de rendimentos é um importante vetor altista para a inflação de serviços subjacentes, que deve contribuir para um cenário de juros mais altos por mais tempo. Com o resultado de hoje, mantivemos a nossa projeção de taxa de desemprego média no ano de 7,3% e esperamos que encerre o ano em 7,0% da força de trabalho.

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