A taxa de desemprego foi de 11,1% no trimestre encerrado em março. O resultado veio melhor que a expectativa mediana do mercado (11,4%, Broadcast), ficando próximo do piso das projeções (11,0%). Na série com ajuste sazonal, o desemprego se encontra em 10,8%.
O resultado para o 1º trimestre de 2022 foi muito positivo. Historicamente, por conta da sazonalidade da série, a taxa de desemprego aumenta no 1º trimestre do ano com redução da população ocupada e aumento dos desempregados. Entretanto, nesse primeiro trimestre, houve redução da população desempregada em 62 mil (historicamente ocorre aumento de 1,3 milhão de trabalhadores desempregados) e redução de 472 mil pessoas na população ocupada (em média ocorre redução de 1,1 milhão de indivíduos).
O número de pessoas na força de trabalho foi de 107,2 milhões, aumento de 4,9 milhões trabalhadores em relação ao mesmo trimestre do ano passado (aumento de 3,7%). O número de ocupados foi de 95,2 milhões, um aumento de 8,2 milhões de pessoas na comparação interanual (aumento de 8,1%) e a população desocupada caiu no mesmo período 21,5% (menos 3,3 milhões de pessoas desempregadas).
A recuperação do mercado de trabalho não vem ocorrendo de forma homogênea entre os setores econômicos. Alguns setores (agrícola, administração pública e serviços prestados às empresas) sentiram menos os efeitos da pandemia e já apresentam mais pessoas ocupadas atualmente do que no período pré pandemia. Porém, outros setores, principalmente os ligados a prestação de serviços, foram duramente afetados pela pandemia e ainda não recuperaram os níveis de emprego vistos anteriormente do surto.
Vale destacar o desempenho do setor agrícola que já está cerca de 6,2% acima do nível pré pandemia e o de construção civil que está 10% acima. Em relação ao aumento da população ocupada nos últimos doze meses (8,2 milhões), 52% foram no setor de serviços (destaque para alojamento e alimentação); 24% no comércio; 11% na indústria; 10% na construção civil e 3% na agricultura. Além disso, 65,1% da ocupação foi gerada por trabalhadores no setor privado (sendo que 63% com carteira assinada). Os trabalhadores por conta própria corresponderam por 21% das novas ocupações, sendo que 76% sem CNPJ.
Em relação ao rendimento real, houve queda de 8,6% a/a no rendimento médio, porém aumento de 0,2% a/a na massa de rendimentos (o primeiro crescimento nos últimos 7 meses). Esse cenário corrobora que apesar do salário real médio estar caindo na variação interanual, a massa de rendimentos está crescendo, salientando a retomada do emprego na economia brasileira.