De acordo com o IBGE, no trimestre móvel encerrado em outubro a taxa de desemprego ficou em 8,3%. Desse modo, o resultado veio melhor do que as expectativas do mercado, cuja mediana mostrava 8,5% (Broadcast+). Tal resultado corresponde a uma queda de 0,8 p.p. em relação ao trimestre anterior (maio a julho) e de 3,8 p.p. em relação com o mesmo período de 2021.
Portanto, por mais um mês consecutivo o mercado de trabalho mostrou sua força. Tanto o rendimento real habitual como a massa salarial mostraram ganhos significativos. De modo semelhante, a população ocupada atingiu novamente o recorde da série histórica e a taxa de informalidade caiu. Além disso, a taxa de ocupação avançou por mais um mês e a taxa composta de subutilização ficou em 19,5%, o menor patamar desde o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2016, ao passo que a população subutilizada caiu 6,7% (menos 1,6 milhão) no trimestre e 24,2% (menos 7,2 milhões) no ano.
No que se refere à força de trabalho, esta se manteve próxima da estabilidade ao avançar apenas 0,1% em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior (mais 136 mil pessoas). Contudo, se expandiu 1,7% (correspondendo a 1,8 milhão de pessoas) frente ao mesmo período de 2021, alcançando 108,7 milhões de pessoas. Já a população ocupada avançou 1% na mesma base de comparação e 6,1% no ano, haja vista que mais 5,7 milhões de pessoas agora compõem a população ocupada. Desse modo, a taxa de ocupação (percentual das pessoas ocupadas na população em idade para trabalhar) avançou 0,4 p.p. no trimestre e 2,8 p.p. no ano, chegando a 57,4% – o nível mais alto desde o trimestre móvel findo em abril de 2015. Além disso, houve uma redução de 859 mil pessoas na população desocupada, o que representa uma queda de 8,7% em relação ao trimestre móvel findo em julho. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a queda foi de 30%.
Já em relação às ocupações, o setor privado criou 822 mil postos de trabalho com carteira assinada e 297 mil postos sem carteira, o que representa um crescimento de 2,3% dos trabalhadores no setor privado em relação em trimestre anterior e 9% (mais 4,2 milhões de pessoas) na comparação ano a ano. Além disso, cabe destacar a criação de postos de trabalho no setor público, de 279 mil, com destaque para os sem carteira assinadas, que avançaram 266 mil. Desse modo, os trabalhadores no setor público se elevaram em 2,3% na comparação com o trimestre anterior e 10,3% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Por fim, os trabalhadores por conta própria caíram 1,8% em relação ao trimestre anterior (menos 462 mil pessoas), ao passo que se manteve estável na comparação ano a ano.
Três segmentos influenciaram de forma mais significativa a ampliação da população ocupada, são elas: Outros Serviços (com avanço de 4,5% trimestre a trimestre); Serviços Prestados às Famílias (+2,8%); e Administração Pública, Educação e Saúde (+1,8%). Juntos, tais segmentos contribuíram com 87,5% do fluxo de pessoas para a população ocupada.
Por fim, no que se refere ao rendimento médio e à massa salarial, houve um crescimento de 2,9% e 4%, respectivamente, na comparação trimestre a trimestre. Já na comparação ano a ano, houve um crescimento de 4,7% do rendimento real habitual (o qual somou R$ 2,754 mil) e de 11,5% da massa salarial (R$ 269,5 bilhões). Por mais um trimestre consecutivo, a Agricultura reportou o maior crescimento trimestre a trimestre no salário, de 5,75%.