De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em setembro de 2024, a taxa de desemprego recuou para 6,4% da força de trabalho, vindo abaixo da mediana das estimativas de mercado de 6,5% (Broadcast+), de modo que, registrou queda de 0,5 p.p. em relação à leitura do trimestre móvel encerrado em agosto. Essa foi a menor taxa de desocupação para um trimestre móvel encerrado em setembro na série histórica.
A população ocupada avançou 1,2% no trimestre (mais 1,2 milhão de pessoas), renovando o patamar recorde da série histórica iniciada em 2012 (103,0 milhões de trabalhadores), e registra avanço de 3,2% no ano (mais 3,2 milhões de pessoas). Por sua vez, a população desocupada registrou significativo recuo de 7,2% no trimestre (menos 541 mil pessoas) e -15,8% (menos 1,3 milhão de pessoas) no ano, de modo que, alcançou o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em jan/15.
Já em relação às ocupações, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 38,6 milhões de trabalhadores, um novo recorde da série histórica da PNAD contínua. Em relação ao trimestre móvel anterior, houve alta de 0,8% (mais 317 mil trabalhadores). Na mesma direção, o número de empregados sem carteira no setor privado alcançou o patamar de 14,2 milhões, o nível mais elevado já registrado na série histórica, ao avançar 4,1% no trimestre (mais 565 mil pessoas).
A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 111,0 milhões de pessoas, registrando o novo recorde da série histórica iniciada em 2012. Este resultado foi derivado do avanço de 0,6% (mais 658 mil pessoas) ante o trimestre encerrado em junho/24 e de 1,7% no ano (mais 1,9 milhão de pessoas). Já a população fora da força de trabalho (66,4 milhões de pessoas) recuou 0,4% (menos 293 mil) na comparação trimestral e ficou estável na comparação anual.
Por fim, o rendimento médio real habitual (R$ 3.227) ficou estável no trimestre e cresceu 3,7% no ano. Por sua vez, a massa de rendimento real habitual não apresentou variação significativa em relação ao trimestre móvel anterior e avançou 7,2% na comparação anual, de modo que, alcançou o patamar de R$ 327,7 bi.
Os números divulgados hoje seguem sugerindo que o mercado de trabalho continuará apresentando um desempenho robusto ao longo do segundo semestre de 2024. Por um lado, avaliamos que a resiliência do mercado de trabalho atua como um dos principais impulsionadores da atividade econômica em 2024, indo na direção da nossa avaliação que o consumo será o principal driver de crescimento. Por outro lado, o superaquecimento do mercado de trabalho capturado, principalmente, pela dinâmica de salários e massa de rendimento que avança em ritmo incondizente com o cumprimento da meta da inflação são importantes fatores de risco altistas para a dinâmica de preços no ano. Por fim, revisamos nossa projeção para a taxa de desemprego para 6,0%, de modo que, a taxa de desemprego média do ano deve ficar em 6,9%.