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Publicado em 31 de Outubro às 14:19:33

PNAD (Set/25):  Taxa de desemprego fica estável no menor nível da sua série histórica

De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego registrada no trimestre móvel encerrado em setembro de 2025 foi de 5,6% da força de trabalho, resultado ligeiramente pior do que o esperado pelo mercado (Broadcast+) e do que a nossa projeção para o trimestre móvel, ambas de 5,5%. Com este resultado, a taxa de desemprego ficou estável pela segunda leitura consecutiva, permanecendo no menor nível já registrado em sua série histórica, acumulando uma queda de 0,2 p.p. em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior e de -0,8 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego subiu marginalmente de 5,75% para 5,77%, dando continuidade à alta observada no trimestre móvel imediatamente anterior, sugerindo que o mercado de trabalho começa a dar sinais de arrefecimento frente ao cenário macroeconômico mais adverso. Apesar disso, seguimos projetando que o mercado de trabalho permanecerá resiliente ao longo dos próximos meses, mesmo em um contexto marcado por uma política monetária significativamente contracionista.

A moderação da atividade também é evidenciada por outros indicadores da PNAD Contínua com ajuste sazonal. A taxa de ocupação recuou 0,1% m/m, dando continuidade ao recuo de 0,2% m/m observado em agosto, situando-se 0,3% abaixo do recorde histórico (102,3 mi em jul/25), enquanto a população desocupada registrou alta de 0,8% m/m (6,3 milhões), após atingir o menor nível já registrado em sua série histórica no trimestre móvel imediatamente anterior (6,2 milhões). Esses dados corroboram a nossa expectativa de que a economia brasileira passará por um processo de arrefecimento gradual ao longo do 2S25, ficando em linha com os indicadores setoriais que apontam na mesma direção. Ainda assim, a resiliência do mercado de trabalho – com desemprego abaixo do nível neutro e renda real em alta – sugere que o emprego seguirá como um dos principais fatores de pressão sobre a inflação nos próximos meses. Nesse contexto, avaliamos que o resultado de hoje corrobora a nossa perspectiva de que o BC seguirá conduzindo a política monetária ao longo das próximas reuniões com bastante cautela, mantendo a taxa Selic no patamar atual até o 1T26.

Para o próximo trimestre móvel, preliminarmente, nossos modelos sugerem que a taxa de desemprego recuará para 5,5% da força de trabalho, de modo que, na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego deve sofrer um ligeiro recuo ao sair de 5,79% para 5,76% da força de trabalho. Avaliamos que o resultado de hoje, apesar de ter vindo pior do que o esperado por nós, segue consistente com a nossa expectativa de que a taxa de desemprego encerre o ano em 5,4% da força de trabalho e que a taxa de desocupação média seja de 6,0% no ano.

Na série sem ajuste sazonal, a população ocupada ficou estável no trimestre móvel encerrado em setembro (102,4 milhões de trabalhadores), porém cresceu 1,4% no ano (mais 1,4 milhão), situando-se praticamente no nível mais elevado já registrado em sua série histórica (jul/25). No que diz respeito à população desocupada, houve recuo de 3,3% (menos 209 mil pessoas) no trimestre e de -11,8% (menos 809 mil pessoas) no ano, renovando o menor contingente de sua série histórica para o patamar de 6,0 milhões de pessoas.

A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 108,5 milhões de pessoas, ficando estável em relação ao trimestre móvel anterior e registrando alta de 0,5% (mais 566 mil pessoas) frente ao mesmo trimestre móvel de 2024. Já a população fora da força de trabalho (65,9 mi de pessoas) avançou 0,6% na comparação trimestral (mais 423 mil pessoas) e 1,2% (mais 750 mil pessoas) no ano. Na série com ajuste sazonal, o contingente de pessoas fora da força de trabalho registrou avanço de 0,3% m/m, dando continuidade as altas observadas nos quatro trimestres imediatamente anteriores, sugerindo uma tendência de saída de pessoas da força de trabalho que pode contribuir para sustentar a taxa de desemprego em um patamar mais baixo nas próximas leituras.

Por fim, o rendimento médio real habitual atingiu o nível recorde da série histórica (R$ 3.507,0), ficando estável no trimestre, porém com uma alta de 4,0% a/a, acelerando em relação aos 3,3% a/a registrados no trimestre móvel imediatamente anterior. Na mesma direção, a massa de rendimento real habitual renovou o patamar recorde da série histórica (R$ 354,6 bi), registrando estabilidade no trimestre e alta de 5,5% a/a em relação ao mesmo período do ano anterior, acelerando em relação aos 5,4% a/a registrados no trimestre móvel imediatamente anterior.

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