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Publicado em 05 de Junho às 13:17:40

Produção Industrial (abr/24): queda de 0,5%, pior do que as expectativas

Em abril, a Produção Industrial recuou 0,5% m/m na comparação mensal, pior que a mediana das projeções (-0,2% m/m, Broadcast+), acumulando alta de 3,5% no ano. O resultado no mês refletiu a expansão de três das quatro grandes categorias, com destaque positivo para a produção de Bens de capital (3,5% m/m), Bens de consumo duráveis (5,6% m/m) e Semiduráveis (0,1% m/m). Em contrapartida, tivemos contração na produção de Bens intermediários (-1,2% m/m).

Com este resultado, a indústria se encontra 0,1% abaixo do nível observado durante o período pré-pandemia (fev/20), refletindo a combinação entre a indústria extrativa que se encontra 0,3% acima do patamar pré-Covid, ao passo em que a indústria de transformação se encontra no mesmo nível observado em fev/20.  Além disso, a atividade industrial se encontra 16,8% abaixo do patamar recorde da série histórica (mai/11) e deixa um carrego estatístico de 0,2% para o segundo trimestre e de 1,4% para o ano.

Os dados apontam para a predominância de taxas positivas, visto que 3 das 4 grandes categorias e 18 dos 25 ramos industriais avançaram no mês. Entre as atividades pesquisadas, os destaques negativos vão para produtos alimentícios (-0,6% m/m), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6% m/m) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6% m/m). Na direção oposta, vale destacar veículos automotores, reboques e carrocerias (13,2% m/m), com o principal impacto na leitura deste mês, após recuar 4,6%,  produtos diversos (25,1%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (10,8% m/m), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,0% m/m), de máquinas e equipamentos (5,1% m/m), de produtos químicos (2,2% m/m), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (8,7% m/m), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,3% m/m), de impressão e reprodução de gravações (12,4% m/m).  

Na comparação anual, a indústria apresentou crescimento de 8,4% a/a, após um resultado negativo em março, quando interrompeu uma tendencia de 7 meses consecutivos de expansão. Nesse sentido, quatro das quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 25 ramos, 68 dos 80 grupos apresentaram resultados positivos. Entre as atividades, os principais destaques vão para: produtos alimentícios (14,4% a/a), veículos automotores, reboques e carrocerias (31,6% a/a), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (31,3% a/a) e máquinas e equipamentos (15,8% a/a). Por outro lado, e entre as três atividades que apontaram redução na produção, indústrias extrativas (-1,6% a/a) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,1% a/a) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria.

Comparando a atividade industrial das categorias com o nível registrado no período pré-pandemia temos que 9 delas já retomaram e ultrapassaram o patamar anterior. Dentre elas se destacam: Produtos Alimentícios (6,9%), Fumo (21,1%), Derivados de Petróleo (5,7%) e Veículos (30,8 %). Por sua vez, entre as categorias de uso, apenas Bens intermediários (1,9%) e Bens de capital (11,7%) se encontram acima do nível pré-pandemia, ao passo em que Bens de consumo duráveis e semiduráveis se encontram 11,4% e 3,0% abaixo do nível de fevereiro de 2020, respectivamente.

Na nossa visão, apesar do desempenho negativo da indústria no mês, observa-se um perfil disseminado de taxas positivas, com três das quatro categorias econômicas e 18 dos 25 ramos pesquisados em território positivo. Tal resultado foi influenciado pelo fato de segmentos com pesos importantes, entre eles, setor extrativo e o setor alimentício, que em conjunto respondem por cerca de 30% da pesquisa, terem apresentado resultados negativos. Além disso, vale destacar a melhora recente na produção de automóveis, influenciada pelo comportamento positivo do mercado de trabalho e pela retomada do mercado de crédito. Por fim, tal resultado está em linha com a nossa projeção de crescimento de 2,2% para o PIB de 2024.

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