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Publicado em 01 de Abril às 11:00:10

Produção Industrial (Fev/22): Indústria avança 0,7% m/m

Em fevereiro de 2022, a produção industrial avançou 0,7% m/m frente janeiro (série com ajuste sazonal), resultado acima das expectativas de mercado, que esperava um avanço de 0,4% m/m (Broadcast). Dessa forma, o crescimento em relação ao mesmo mês do ano passado foi de -4,3%. Mesmo revertendo parte da queda de janeiro, o setor ainda se encontra 2,6% abaixo do nível pré-pandemia. Vale destacar que o carrego estatístico para o primeiro trimestre do ano é de -0,1%.

O resultado no mês deriva de desempenhos positivos em todas as quatro grandes categorias econômicas e também em 16 dos 26 ramos observados pela pesquisa. Em meio às altas, destaca-se o crescimento de 5,3% da indústria extrativa e de 2,5% de produtos alimentícios. A indústria extrativa foi fortemente impactada em janeiro pelas chuvas em Minas Gerais, que minou sua capacidade produtiva. Desse modo, com a normalização do nível pluviométrico, o segmento pôde se recuperar. Já no que tange a produção alimentícia, os destaques foram a produção de açúcar, carnes e aves. Equipamentos de transporte e produtos farmacêuticos também cresceram de forma robusta – 15,1% e 12,7%, respectivamente.

Entre os segmentos que contribuíram negativamente para a produção industrial em fevereiro, destaca-se a produção de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, recuando 1,8% no mês, e celulose, papel e produtos de papel, que caiu 3,4%.

Mesmo com o desempenho positivo no mês, a produção física industrial acumula uma queda de 5,8% no ano. Além disso, a taxa de crescimento acumulada em 12 meses mostra a perda de intensidade do setor. Assim sendo, vale destacar que o setor segue pressionado devido à quebra nos elos das cadeias globais de valor, que tem inflado os custos de produção, além  de dificultado, ou mesmo impossibilitado, a obtenção de insumos. Com isso, a capacidade produtiva da indústria fica limitada por choques externos de oferta, intensificados recentemente pela invasão da Rússia à Ucrânia, que trouxe ainda mais desafios para o setor.

Além disso, outros fatores, como a adoção de uma política monetária contracionista por parte do Banco Central, podem potencializar a dificuldade que a indústria tem em se recuperar. Por outro lado, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) pode diminuir os custos e diminuir as pressões sobre o setor.

Para o próximo mês, os indicadores antecedentes da indústria mostram cenários distintos. Ao passo que a sondagem da indústria da CNI (Confederação Nacional da Indústria) avançou 3,5% em sua última leitura e o PMI ficou em 52,3 pontos (nível expansionista), a sondagem da FGV mostrou uma queda de 1,8%.

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