A produção industrial recuou 1,3% m/m em julho frente junho (série com ajuste sazonal), abaixo da mediana das expectativas que projetava contração de 0,7% (Bloomberg). Houve queda de 1,2% m/m nas indústrias extrativas e de transformação. Na comparação com o mesmo mês do ano passado houve crescimento de 1,1% a/a.
Além disso, houve revisão para o mês de junho, indicando queda de 0,2% m/m, ante estabilidade na leitura anterior.
Com o resultado de julho, o setor industrial se encontra 2,1% abaixo do período pré pandemia. No ano, a indústria apresenta crescimento de 11% e em doze meses de 7%. O recuo no mês alcançou três das cinco grandes categorias econômicas e 19 das 26 atividades investigadas.
A indústria apresenta 5 quedas nos últimos 7 meses. Nos primeiros meses do ano, a indústria sentiu os efeitos do recrudescimento da pandemia, em que houve fechamento e restrições sanitárias. Mais recentemente, com o avanço da vacinação e a flexibilização das restrições, a indústria sente os efeitos da elevação do custo de produção (energia elétrica), do desarranjo das cadeias produtivas e da diminuição da demanda doméstica (em um cenário de inflação e desemprego elevados).
Um dos maiores impactos negativos no mês ocorreu no setor de bebidas (-10,2%m/m). O setor de alimentos também pressionou negativamente o indicador. O processo inflacionário, acarretando uma redução da renda das famílias, afeta negativamente a demanda doméstica.
Outras categorias que afetaram negativamente o indicador foram o setor de veículos (-2,8%), que passa por escassez de componentes para produção, máquinas e equipamentos (-4,0%), equipamentos de transporte (-15,6%). Por outro lado, a maior contribuição positiva no mês ficou com a produção de produtos derivados de petróleo (2,8%), que acumula alta de 10,2% nos últimos três meses.
Para agosto, os indicadores antecedentes são negativos para o setor industrial. A sondagem da indústria da CNI apresentou queda de 4,3% em relação ao mês de julho; a Sondagem da indústria medida pela FGV recuou 1,3% m/m e o PMI industrial foi de 53,6, acima do nível neutro (50) que indica expansão do setor, porém mais fraco que o mês de julho (56,7).
