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Publicado em 05 de Julho às 09:56:18

Produção Industrial (mai/24): Enchentes no Sul impactam a produção industrial no mês

Em maio, a Produção Industrial recuou 0,9% m/m na comparação mensal, vindo melhor que a mediana das projeções de mercado (-1,6% m/m, Broadcast+), de modo que, dá continuidade à queda observada no mês anterior acumulando contração de 1,7% no período. O resultado no mês refletiu a contração disseminada do setor, visto que todas as quatro grandes categorias e 16 das 25 atividades pesquisadas recuaram no mês, com destaque para a produção de Bens Duráveis (-5,7% m/m) e de Capital (-2,7% m/m), impactadas pelos efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul. O recuo da indústria no mês foi limitado pelo desempenho da Indústria Extrativa que apresentou avanço de 2,6% m/m, compensando parcialmente a queda de 2,2% m/m da Indústria de Transformação.

Com este resultado e as revisões nos meses anteriores, a indústria se encontra 1,4% abaixo do nível pré-pandemia (fev/20), refletindo a combinação entre a Indústria Extrativa que se encontra 3,6% acima, ao passo em que a Indústria de Transformação está 2,4% abaixo do mesmo período. Além disso, a atividade industrial se encontra 17,8% abaixo do patamar recorde da série histórica (mai/11) e deixa um carrego estatístico de -0,7% para o segundo trimestre e de 0,5% para o ano. 

Entre as atividades pesquisadas, os destaques vão para a produção de Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7% m/m) e Fabricação de produtos alimentícios (-4,0% m/m) que exerceram as principais pressões baixistas no mês. O desempenho do primeiro reflete os efeitos diretos e indiretos das enchentes no Rio Grande do Sul, responsáveis pela paralisação das plantas industriais locais, afetando o abastecimento de insumos para a produção de bens finais em outras localizações no país. Por sua vez, o desempenho negativo da produção de alimentos derivou da queda no processamento da cana-de-açúcar, refletindo condições climáticas menos favoráveis que impactaram a moagem em algumas regiões no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, e dos efeitos das enchentes no Sul sobre o abate de aves, suínos e bovinos, que possuem peso relevante no setor. O destaque positivo ficou por conta da indústria extrativa (2,6% m/m), refletindo o aumento da extração de petróleo e minério de ferro.

Na nossa visão, apesar do desempenho significativamente negativo da indústria no mês, este resultado não altera a percepção da resiliência da economia brasileira neste primeiro semestre de 2024, visto que as quedas disseminadas entre as grandes categorias e atividades refletem os efeitos das enchentes no Sul sobre a atividade industrial no mês. Nesse sentido, devido ao pacote fiscal aprovado pelo governo de suporte ao Rio Grande do Sul, avaliamos que os indicadores nos próximos meses devem apontar para recuperação da atividade, revertendo as perdas observadas em maio. Cabe destacar que alguns indicadores antecedentes já apontam para o início da recuperação da atividade industrial em junho, corroborando nossa perspectiva de recuperação em “V” do setor nos próximos meses. Dessa forma, seguimos projetando que o PIB deva apresentar expansão de 2,2% no ano e de 0,2% t/t no segundo trimestre de 2024.

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