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Publicado em 08 de Janeiro às 10:33:47

Produção Industrial (Nov/24): desempenho da indústria corrobora expectativa de desaceleração

Em novembro, a produção industrial registrou recuo de 0,6% m/m em relação ao mês imediatamente anterior, em linha com o consenso de mercado (Broadcast+) e melhor do que a nossa projeção (-0,9% m/m). Com este resultado a indústria registra o segundo mês consecutivo de queda, corroborando as expectativas de arrefecimento da economia no último trimestre do ano.

Diferentemente do mês anterior, o recuo registrado em novembro se mostrou bastante disseminado, visto que todas as quatro grandes categorias e 19 dos 25 ramos de atividade pesquisados em novembro registram quedas, ante a concentração do recuo em 1 das 4 grandes categorias e 6 das 25 atividades no mês imediatamente anterior. Na comparação interanual, a indústria registrou expansão de 1,7% a/a, desacelerando-se significativamente em relação ao número registrado no mês imediatamente anterior (5,9% a/a). Por sua vez, a média móvel trimestral ficou estável na passagem de outubro para novembro, arrefecendo em relação à expansão de 0,3% registrados em outubro.

Na nossa avaliação, a leitura de novembro vai ao encontro da nossa expectativa de que a economia deve seguir em trajetória de desaceleração neste último trimestre do ano. O cenário macroeconômico mais adverso, marcado por uma persistência inflacionária, elevação do custo de acesso ao crédito e de elevação das incertezas econômicas, decorrente principalmente da piora do risco fiscal brasileiro, devem limitar o desempenho da indústria de transformação nos próximos meses. Entretanto, esperamos que o processo de arrefecimento aconteça de maneira gradual, beneficiando-se do bom desempenho do mercado de trabalho que deve manter a demanda robusta no curto prazo. Nesse sentido, avaliamos que o resultado da indústria de novembro está consistente com a nossa projeção de crescimento do PIB do ano de 3,5%.

Com o resultado de outubro, a indústria se encontra 1,8% acima do nível pré-pandemia, refletindo a combinação entre a Indústria extrativa e de Transformação que se encontram 3,6% e 1,7% acima deste patamar, respectivamente. Além disso, a atividade industrial se encontra 15,1% abaixo do nível mais elevado já registrado na série histórica (mai/11) e deixa um carrego estatístico de 0,1% para o quarto trimestre e de 2,8% para o ano cheio.

Entre as grandes categorias, os recuos se mostraram bastante disseminados, visto que todas as quatro categorias pesquisadas registraram contração no mês. O principal destaque negativo ficou por conta da queda da produção de bens de consumo semi e não duráveis (2,8% m/m), que teve como principal queda a produção de gasolinas para automóvel (-3,3% m/m) decorrente de condições climáticas desfavoráveis que impactaram a colheita e processamento de álcool etílico e na produção de itens relacionados à setores de alimentos e bebidas. Além disso, vale ressaltar a contração de 2,1% m/m na produção de bens de consumo duráveis, decorrente da queda da produção de automóveis para passageiros.

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