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Publicado em 02 de Dezembro às 10:42:17

Produção Industrial (out/22): Indústria avançou 0,3% limitada pela política monetária

Em outubro, a produção industrial avançou 0,3% m/m frente o mês de setembro (série com ajuste sazonal), o resultado ficou em linha com o consenso de mercado, interrompendo uma sequência de duas quedas consecutivas. Nesse mês, houve avanço de 0,6% m/m da indústria extrativa, e, após o recuo de setembro (-1,4% m/m), foi mantida a estabilidade na indústria de transformação (0,0% m/m). Dentre os destaques positivos estão produtos alimentícios (de -4,2% m/m para 4,8% m/m) e metalurgia (de -7,6% m/m para 4,6% m/m).

Na variação interanual, o setor avançou 1,7% a/a, acumulando quedas de 0,8% no ano e de 1,4% nos últimos doze meses. Com este resultado, o setor industrial se encontra 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fev/20) e 18,4% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Com o resultado do mês, o carrego estatístico tanto para o ano de 2022 ficou em -0,7%, enquanto para o 4º trimestre ficou em -0,4%.

No mês de outubro, embora o resultado tenha sido positivo e em linha com o consenso de mercado, apenas 7 dos 26 ramos pesquisados mostraram crescimento na produção e apenas duas das quatro grandes categorias econômicas. As principais contribuições para o resultado do mês ficaram por conta da produção de produtos alimentícios (4,8% m/m) e metalurgia (4,6% m/m). Já as maiores pressões baixistas ficaram por conta da produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,7% m/m); máquinas e equipamentos (-9,1% m/m) e bebidas (-9,3% m/m). Com este resultado, a produção de veículos acumula queda de 6,8% nos últimos 2 meses, e a produção de bebidas intensifica seu recuo de -5,7% m/m observada no mês de setembro.

Entre as categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis apesentaram avanço de 0,3% m/m. Já os bens intermediários reverteram a queda passada e avançaram 0,7% m/m. Vale destacar que os bens de capital recuaram mais uma vez, agora ampliando para -4,1% m/m, entretanto, o segmento segue 10,1% acima do período pré-covid. Por fim, os bem de consumo duráveis recuaram mais uma vez, agora em -2,7% m/m na margem e se encontram 18,9% abaixo do nível pré-pandemia. 

Embora o resultado de outubro tenha interrompido com uma sequência de duas contrações consecutivas da atividade industrial, a alta concentrada em apenas 7 dos 26 ramos pesquisados sinaliza a perda de dinamismo da indústria frente ao cenário macroeconômica mais adverso. Acreditamos que a combinação de uma política monetária contracionista marcada por uma forte elevação da taxa de juros; o elevado nível de inadimplência; e a normalização do perfil de consumo de bens para serviços limitarão o desempenho do setor nos próximos meses. Além disso, setores mais sensíveis à dinâmica de atividade global seguem pressionando a atividade industrial para baixo, diante do aumento do risco de uma desaceleração mais acentuada. Soma-se a isso, as incertezas em torno da política econômica a ser adotada pelo próximo governo que pode impactar os setores mais sensíveis ao investimento privado (bens de capital).  Para o próximo mês, o conjunto de indicadores antecedente apontam para um desempenho negativo, haja vista a contração de 14% m/m da Sondagem da Indústria da CNI e de -3,8% m/m da Sondagem da Indústria da FGV.

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