Resultado Consolidado (Banco Central)
O setor público consolidado apresentou superávit de R$12,9 bilhões em setembro, ante déficit de R$64,6 bilhões (corrigidos pelo IPCA) no mesmo mês do ano anterior. O resultado ficou bem acima das expectativas do mercado (superávit de R$1,75 bilhão).
Houve superávits no governo central (R$ 708 milhões), governos regionais (R$ 10,4 bilhões) e nas estatais (R$ 1,8 bilhão). No acumulado no ano, o setor público consolidado apresenta superávit de primário de R$ 14,2 bilhões, ante déficit de R$ 635,9 bilhões no mesmo período do ano passado.
O superávit do governo central (R$ 708 milhões) no mês decorre de resultados negativos em duas das três contas do governo central. Houve déficits de R$ 14,9 bilhões no INSS e R$20 milhões no Banco Central. Por outro lado, houve superávit de R$ 15,8 bilhões no governo federal.
O governo consolidado apresentou déficit nominal de 4,84% do PIB em 12 meses (ante 5,62% no mês anterior). O resultado advém de uma despesa com juros de 4,21% do PIB (ante 4,05% no mês anterior) e um déficit primário de 0,63% do PIB (ante 1,57% no mês anterior). A melhora em relação a agosto se dá, principalmente, pela redução do déficit primário em 0,94 p.p.
A dívida bruta avançou 0,3 p.p. em setembro, chegando a 83% do PIB. No ano, a DBGG/PIB reduziu 5,9 p.p. decorrente do crescimento do PIB nominal (redução de 9,7 p.p.), dos resgates líquidos da dívida (redução de 0,4 p.p), incorporação de juros nominais (aumento de 4,0 p.p.) e da desvalorização cambial (aumento de 0,3 p.p.). Por outro lado, a dívida líquida apresentou queda de 0,8 p.p. em relação ao mês anterior. Esse recuo decorre da desvalorização cambial ocorrida em setembro, aumentando os ativos brasileiros, do crescimento do PIB nominal e do superávit primário. No ano a DLSP/PIB apresenta recuo de 4,2 p.p.
Resultado do Governo Central (Tesouro Nacional)
O resultado do governo central em setembro foi de superávit de R$ 0,3 bilhão, ante déficit de R$ 76,1 bilhões no mesmo mês do ano anterior. No acumulado até setembro, houve déficit de R$ 82,5 bilhões frente a déficit de R$ 677,4 bilhões em 2020. Este resultado foi influenciado pelo aumento da arrecadação bem como pela focalização dos gastos em resposta a pandemia.
Em relação as receitas do governo central em setembro (divulgado pelo Tesouro Nacional), houve crescimento real de 12,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Isso se deve ao aumento da arrecadação da Receita Federal (R$17,4 bi) e aumento na arrecadação líquida da previdência (R$2,7 bi), e da redução das receitas não administradas pela Receita Federal (-R$ 2,8 bi).
Já a despesa total do governo central apresentou queda real de 36,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Essa redução se deve a redução nos gastos em resposta a pandemia de Covid-19. Houve reduções de R$41,0 bi nos Créditos Extraordinários (principalmente despesa com Auxílio Emergencial), R$21,3 bi em recursos para apoio financeiro para empresas e R$ 5,7 bi em subsídios e subvenções.