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Publicado em 12 de Abril às 13:42:09

Setor de Serviços (fev/24): apesar do recuo em fevereiro, perspectivas seguem positivas para o setor

Em fevereiro, o setor de serviços variou -0,9% m/m, na série com ajuste sazonal, vindo pior que o consenso de mercado que tinha como projeção alta de 0,2% m/m (Broadcast+). Esta foi a primeira leitura negativa após três altas consecutivas de 0,5% m/m, revertendo parcialmente a expansão de 1,5% acumulada no período. As taxas negativas foram bastante disseminadas entre as categorias pesquisadas, com destaque para a devolução de parte das altas observadas em algumas atividades no mês de janeiro, sobretudo decorrente do pagamento de precatórios sobre os serviços técnico-profissionais e audiovisuais, de edição e agências de notícias em função do fim da preparação do início do ano letivo. Na comparação interanual, houve expansão de 2,5% a/a, desacelerando em relação aos 4,0% a/a observados no mês imediatamente anterior e abaixo do consenso de mercado (4,7% a/a, Broadcast+).

Houve revisões nos meses anteriores que fizeram com que a alta dos meses de dezembro e janeiro saíssem de 0,7% m/m para 0,5% m/m de expansão, de modo que, com o resultado de fevereiro o setor de serviços se encontra 11,6% acima do nível pré-pandemia e 1,9% abaixo do pico da série histórica alcançado em dez/22. Com isso, o setor de serviços deixa um carrego estatístico de 0,4% tanto para o primeiro trimestre quanto para o ano cheio de 2024.

Na comparação mensal, quatro das cinco atividades investigadas acompanharam a contração do índice, com destaque para o recuo do segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,9% m/m), revertendo a alta de 1,0% m/m observada em janeiro; informação e comunicação (-1,5% m/m), interrompendo uma sequência de quatro altas consecutivas; outros serviços (-1,0% m/m), ante alta de 0,2% m/m em janeiro; e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,9% m/m). A única alta no mês ficou por conta dos serviços prestados às famílias (0,4% m/m), que compensou parcialmente o recuo de 2,9% m/m de janeiro em função da combinação entre a alta de 0,6% m/m dos serviços de alojamento e alimentação e recuo de 1,9% m/m dos outros serviços prestados às famílias.

Na comparação anual, o volume do setor de serviços apresentou alta de 2,5% a/a, dando continuidade à expansão 4,0% a/a do mês anterior. Nesse sentido, o avanço no mês derivou das altas observadas em quatro das cinco atividades pesquisadas e 59,6% dos 166 tipos de serviços investigados. Os principais destaques ficaram por conta do setor de informação e comunicação (5,6% a/a), influenciado pelos ganhos bastante disseminados entre as subatividades pesquisadas. Além disso cabe destacar o bom desempenho dos serviços prestados às famílias e dos outros serviços com altas de 5,6% a/a e 3,8% a/a, respectivamente.

Em fevereiro de 2024, o índice de atividades turísticas apresentou retração de 0,8% m/m, o segundo revés consecutivo, período no qual acumulou queda de 1,8%. Com este resultado, o segmento se encontra 2,2% acima do patamar pré-pandemia e 4,3% abaixo do nível mais elevado da série histórica, alcançado em fevereiro de 2014.

Após três meses consecutivos de alta, o desempenho de fevereiro devolve parte do avanço acumulado nas leituras anteriores. Apesar disso, seguimos avaliando que a perspectiva segue positiva para o setor neste início de ano, em função do mercado de trabalho aquecido e da resiliência do consumo doméstico, que deve continuar sendo impulsionado pela melhora dos indicadores de crédito e pelas políticas de impulso à demanda aprovadas pelo governo. Se por um lado o bom desempenho dos setores neste início do ano gera um viés positivo em termos de atividade, por outro reforça a percepção de necessidade de cautela do Banco Central na condução da política monetária, uma vez que a resiliência da economia pode se traduzir em fonte de pressão inflacionária nos próximos meses. Em posse dos resultados setoriais para o mês de fevereiro, revisamos nossa projeção de crescimento do PIB do primeiro trimestre de 0,5% t/t para 0,6% t/t, de modo que, nossa projeção preliminar para o crescimento do ano está em 1,8%.

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