Com este resultado e as revisões nos meses anteriores, o setor de serviços se encontra 12,8% acima do período observado antes da pandemia e 0,9% abaixo do nível mais elevado da série histórica (dez/22), deixando um carrego estatístico de 1,1% para o terceiro trimestre de 2023 e de 3,1% para o ano.
Na comparação mensal, três das cinco atividades investigadas acompanharam a expansão do índice, com destaque para transportes (0,6% m/m), recuperando a queda de (-0,4% m/m) do mês anterior. Além disso, Serviços prestados às famílias (1,0% m/m) e Outros serviços (0,3% m/m) apresentaram variações positivas, com o primeiro acumulando ganho de 4,9% no período abril-julho e o segundo recuperando quase toda a queda de junho (-0,4% m/m). Em sentido oposto, os serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e informação e comunicação (-0,2%) registraram os resultados negativos do mês.
Na comparação anual, o volume do setor de serviços avançou 3,5%, a vigésima nona variação positiva consecutiva. Nesse sentido, houve altas nas cinco atividades de divulgação e em 50,0% dos 166 tipos de serviços investigados, com destaque para o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,5%), impulsionado pelo aumento de receita das empresas pertencentes aos ramos de rodoviário de cargas, tendo em vista o bom momento da agropecuária, que devido a safra recorde de grãos acaba aumentando a demanda por serviços ligados ao escoamento e armazenagem desses produtos. Os demais avanços vieram de informação e comunicação (3,6%); profissionais, administrativos e complementares (3,2%); serviços prestados às famílias (4,9%), devido ao bom desempenho de serviços de hotéis de restaurantes, em linha com o calendário de férias escolares; e outros serviços (4,2%). Por fim, a média móvel trimestral avançou para 0,7% no trimestre encerrado em julho frente ao mês anterior, o maior resultado desde dezembro de 2022, reforçando a resiliência da atividade econômica.
Em julho de 2023, o índice de atividades turísticas apresentou crescimento de 0,7% m/m. Assim, o segmento de turismo se encontra 6,2% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 1,4% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
O resultado de julho corrobora a resiliência do setor de serviços, com destaque para os efeitos positivos da produção recorde da agropecuária que continua beneficiando os serviços ligados ao transporte e armazenamento de cargas. Junto a isso, a combinação entre o reajuste do salário-mínimo, o aumento das transferências de renda pelo governo, a resiliência do mercado de trabalho e a moderação do processo inflacionário serão importantes vetores positivos que continuarão promovendo a expansão do setor nos próximos meses. Em contrapartida, a conjuntura mais adversa, sobretudo no que diz respeito aos indicadores de mercado de crédito livre para as famílias e o endividamento em níveis historicamente elevados devem funcionar como importantes limitadores para a dinâmica positiva do setor, principalmente ao longo do segundo semestre de 2023.