Em junho, o setor de serviços cresceu 0,7% na comparação com maio, melhor que a expectativa mediana do mercado que aguardava um avanço de 0,4% (Broadcast). Na comparação interanual, houve crescimento de 6,3% a/a. Apesar do avanço, houve significativa revisão negativa nas últimas leituras: em fevereiro passou de 0,5% para -0,1%; em março de 2,0% para 1,3%; em abril de -0,1% para -0,2%; e em maio de 0,9% para 0,4%. No 2º trimestre do ano, o setor de serviços continuou avançando apresentando crescimento de 1,1% t/t, encontrando -se 7,5% acima do nível pré pandemia.
O resultado de junho foi disseminado entre as atividades econômicas, com crescimento em quatro dos cinco grandes grupos. O setor de Transporte, com alta de 0,6%, foi o que mais influenciou positivamente o resultado, com destaque para os transportes de rodoviários de cargas e dutoviário. Os transportes vem sendo um importante driver de crescimento do setor de serviços, principalmente, os ligados aos transportes de cargas, que foram beneficiados pelo aumento do comércio eletrônico. Os transportes de passageiros apresentaram recuperação, mas nas últimas leituras se mantém em patamar levemente abaixo do nível pré pandemia. O destaque negativo para o setor de transportes no mês foi o aéreo, que apresentou contração de -9,9%.
Outro destaque positivo no mês foram os serviços profissionais e administrativos, com aumento de 0,7%. Os destaques ficaram com as atividades ligadas a organização e gestão de feiras, congressos e convenções; atividades de engenharia e arquitetura; e vigilância e segurança privada. Além disso, importante destacar mais um mês de avanço dos serviços prestados às famílias (0,6%), sendo a quarta taxa positiva consecutiva. Nesse mês, diferentemente das leituras anteriores, houve contração do setor ligado a alojamento e alimentação (bares, hotéis, restaurantes), em -0,8%. O crescimento, por sua vez, decorreu da evolução dos Outros serviços prestados às famílias, com destaque para os serviços de artes cênicas & espetáculos e a gestão de instalação esportivas.
O único setor a contrair no mês foi o de informação e comunicação (-0,2%), puxado por portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet. Apesar da queda na margem, o setor apresentou forte crescimento nos últimos trimestres, estando 12,1% acima do nível pré pandemia.
No primeiro semestre de 2022, houve avanço de 2,9% em relação ao semestre anterior. O crescimento vem decorrendo dos serviços prestados as famílias (9,4%), nos serviços profissionais e administrativos (6,0%) e nos transportes (8,2%). Por outro lado, os serviços de informação e comunicação (-1,2%) e outros serviços (-0,2%) contraíram em relação ao semestre anterior. Na comparação com o mesmo semestre do ano anterior, o setor de serviços avançou 8,8%.
Vale destacar que as políticas aprovadas no Congresso Nacional (redução ICMS e PEC do Benefícios) darão impulso adicional para o segmento de serviços, uma vez que aumentam a renda disponível das famílias para consumir. A redução do ICMS de itens essenciais combinada com elevação do Auxílio Brasil e da inclusão de mais beneficiários no programa, além da melhora do cenário macroeconômico com significativo aumento da população ocupada e da massa de rendimentos dará sustentação para o setor de serviços nas próximas leituras. Em linha com a forte recuperação do mercado de trabalho e com a recomposição das margens, a inflação de serviços continuará pressionando o IPCA.