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Publicado em 15 de Janeiro às 10:48:11

Setor de Serviços (Nov/24): Apesar do recuo, dados ainda sugerem uma demanda resiliente

Em novembro, o setor de serviços registrou recuo de 0,9% m/m, vindo pior do que o consenso de mercado (Broadcast+), cuja expectativa era de recuo de 0,5% m/m, e do que a nossa projeção para o mês de queda de 0,4% m/m. Este resultado interrompeu uma sequência de duas altas consecutivas registradas nos dois meses imediatamente anteriores, período no qual o setor de serviços acumulou alta de 2,3%. Na comparação interanual, houve expansão de 2,9% a/a, a oitava alta consecutiva nesta métrica, vindo também pior do que o consenso de mercado que tinha como expectativa alta de 3,3% a/a.

O desempenho do setor de serviços, assim como o resultado da indústria e do varejo para o mês de novembro, corrobora a expectativa de arrefecimento da economia no último trimestre do ano. Apesar do recuo no índice geral de serviços, apenas 2 das 5 grandes categorias pesquisadas apresentaram queda no mês, sugerindo que o desempenho negativo foi bastante concentrado. Os destaques negativos ficaram por conta dos recuos de serviços de transportes (-2,7% m/m); e profissionais, administrativos e complementares (-2,6% m/m), em um movimento de devolução de parte dos ganhos acumulados nos dois meses imediatamente anteriores.

Apesar do número de novembro apontar para uma contração mais significativa do setor de serviços, avaliamos que a leitura do mês deve ser analisada com uma certa cautela. Esse fato deriva tanto da concentração dos resultados negativos em apenas duas das cinco categorias pesquisadas, em um movimento de devolução de parte das fortes altas registradas nos meses anteriores, de modo que, ainda é cedo para avaliar se o resultado do mês representa uma virada de tendência, quanto do desempenho mais positivo dos serviços prestados às famílias, segmento mais ligado ao consumo, que registrou avanço de 1,7% m/m. Esse fato sugere que mesmo diante da deterioração do cenário macroeconômico (juros mais elevados, piora da dinâmica inflacionária e elevação do risco fiscal), o mercado de trabalho aquecido e as políticas de impulso à demanda vêm sustentando o consumo e deve beneficiar a atividade econômica no curto prazo. Nesse contexto, avaliamos que o resultado de hoje do setor de serviços se soma aos resultados dos demais setores no mês, corroborando a nossa projeção de crescimento do PIB de 0,5% t/t no 4T24.

Com o resultado de novembro, o setor de serviços se encontra 16,9% acima do nível observado no pré-pandemia (fev/20), refletindo os significativos avanços no setor de serviços de informação e comunicação (+27,4%) e serviços de transporte (19,8%) desde então. Além disso, o setor de serviços deixa um carrego estatístico de 1,3% para o último trimestre e de 3,1% para o ano de 2024.

Entre as grandes categorias, o recuo no setor de serviços teve como principais destaques as quedas observadas nos serviços de transporte (-2,7% m/m), influenciado pelo recuo de 13,7% m/m no transporte aéreo, refletindo a alta de 22,65% nos preços das passagens no mês; e dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,6% m/m), impactado pelo recuo nos serviços técnico-profissionais (-5,1% m/m) beneficiado pelas atividades jurídicas, em serviços de engenharia e consultoria em gestão empresarial. Em contrapartida, os destaques positivos ficaram por conta das altas registradas em outros serviços (1,8% m/m); e dos serviços prestados às famílias (1,7% m/m), beneficiado pelo avanço de serviços de alojamento e alimentação (2,5% m/m) no período.

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