Em outubro, o setor de serviços recuou 1,2% na comparação com setembro, pior que a expectativa mediana do mercado (recuo de 0,1%, Broadcast). Na comparação interanual houve crescimento de 7,5% a/a (resultado influenciado pela base de comparação baixa). Além disso, tivemos revisão para o crescimento do setor de serviços nos últimos meses, com crescimento acumulado no 3º trimestre passando de 0,9% para 0,7%.
Houve recuo em quatro das cinco atividades, com destaque para contração dos serviços de informação e comunicação (-1,6¨m/m) e outros serviços (-6,7% m/m). O resultado não só veio negativo como também apresentou a menor taxa de difusão (% de atividades que apresentam crescimento) desde abril de 2020. Ou seja, as atividades de outros serviços, e serviços de comunicação puxaram o índice, porém as taxas negativas foram generalizadas entre as atividades em outubro. Por outro lado, o destaque positivo continua sendo as atividades de caráter presencial com os serviços prestados às famílias.
Os serviços de comunicação e informação (-1,6%) foram impactados pelos serviços de telecomunicações (-2,2%), diante do reajuste nas tarifas de telefonia fixa em 7,33%. Ou seja, essa pressão nos preços, acabou afetando o volume do setor. Além disso, os outros serviços, que são atividades muito diversas, nesse mês foram impactados pela menor receita de empresas que atuam na pós-colheita e pela queda em corretoras de valores mobiliários.
O grupo de serviços prestados às famílias foi o único que apresentou taxa positiva em outubro (2,7% m/m). Esse foi o setor que mais sofreu com os impactos da pandemia, diante do caráter presencial das atividades (hotéis, restaurantes, etc.). Com o arrefecimento da pandemia, esse grupo permanece em trajetória de recuperação, apresentando a sétima taxa positiva consecutiva. Mesmo com a recuperação recente, o setor ainda está 13,6% abaixo do período pré pandemia e deve continuar a ser o direcionador de crescimento do setor nos próximos meses.
O resultado de outubro é a segunda taxa negativa consecutiva do setor de serviços, acumulando perda de 1,9% no bimestre. Com isso, o setor encontra-se 2,1% acima do período pré pandemia e está 9,3% abaixo do recorde histórico da série (novembro de 2014). Apesar do setor de serviços já ter retornado ao patamar pré surto, algumas atividades ainda não conseguiram se recuperar como os serviços prestados às famílias (13,6% abaixo), serviços profissionais e administrativos (3,7% abaixo) e outros serviços (5,1% abaixo).
Para novembro, os indicadores antecedentes mostram resultados mistos para o setor. A sondagem dos serviços da FGV recuou 2,3% m/m. Já o PMI ficou em 53,6, indicado expansão do setor.
Com o resultado da PMS, revisamos nossa projeção para o IBC-Br de outubro para -1,6% a/a e -0,7% m/m.