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Publicado em 13 de Dezembro às 12:00:18

Setor de Serviços (out/22): Setor recua 0,6% m/m, interrompendo sequência de cinco altas

Em outubro, o setor de serviços apresentou a primeira taxa de variação mensal negativa desde fevereiro deste ano, interrompendo uma sequência de cinco avanços consecutivos. A PMS registrou -0,6% m/m, pior que a estimativa mediana do mercado que esperava -0,2% m/m (Bloomberg). Na comparação interanual houve avanço de 9,5% a/a, em linha com a projeção Genial de 9,6% a/a.

Houve revisão negativa no crescimento do mês anterior de 0,9% m/m para 0,5% m/m e positivas em agosto passando de 1,1% m/m para 1,2% m/m e julho passando de 1,3% m/m para 1,4% m/m. Com o resultado do mês de outubro e os ajustes na série, o setor de serviços se encontra 10,5% acima do nível pré pandemia, deixando carrego de 0,1% para o 4º trimestre e de 7,9% para o ano de 2022. Diante da forte expansão do setor nos últimos meses, setembro atingiu o ponto mais alto da série histórica, estando agora 0,6 p.p. abaixo deste patamar.

No mês de outubro, o recuo no índice geral foi acompanhado por três dos cinco grupos que o compõem. O destaque foi o setor de transportes (-1,8%), que aprofundou a queda observada em setembro (-0,3%). A atividade apresentou taxas negativas em todos os segmentos, sendo o pior resultado observado no modal aéreo (-10,1%). Assim, tanto transportes de passageiros (-5,5%) quanto de cargas (-2,0%) contribuíram negativamente para o resultado geral. As demais retrações do mês vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,8%) e dos prestados às famílias (-1,5%). Vale lembrar que o último ainda se encontra 6,0% abaixo do nível pré-pandemia.

Por outro lado, informação e comunicação (0,7%) e outros serviços (2,6%) exerceram as contribuições positivas do mês, com o primeiro consolidando a quarta alta consecutiva, e um acumulado de 4,7% entre julho e outubro, enquanto o segundo pode recuperar boa parte do recuo apresentando em setembro (-3,1%). Vale ressaltar que o setor de outros serviços teve a primeira alta na variação interanual (6,5% a/a) desde janeiro deste ano.

A média móvel trimestral foi de 0,4% no trimestre encerrado em outubro de 2022 frente ao nível do mês anterior, mantendo o comportamento predominantemente positivo desde julho de 2020. O acumulado do ano, frente a igual período de 2021, subiu 8,7%, com taxas positivas em quatro das cinco atividades e em 66,3% dos 166 tipos de serviços investigados. As maiores contribuições dentre as atividades vieram dos transportes aéreos (34,7%) e serviços de alojamento e alimentação (28,7%) dentre os prestados às famílias, o grupo que mais cresceu no ano (27,9%).

Apesar do resultado negativo, a trajetória de recuperação do setor ainda tem como consequência um carrego estatístico que deve garantir um forte avanço dos serviços no ano de 2022. A queda em outubro, marcada pela disseminação de taxas negativas, mostra a perda de fôlego frente a uma política monetária restritiva. Este resultado está em linha com o nosso cenário de gradativa desaceleração da economia nos próximos meses. Entretanto, seguimos com um viés positivo para o setor, que deverá ser um dos principais vetores de crescimento em 2023. Em nossa avaliação, os efeitos inerciais da recuperação do mercado de trabalho em 2022, somados às políticas de impulso à demanda que deverão ser aprovadas no próximo governo e uma trajetória de desinflação beneficiarão o setor de serviços. Em contrapartida, vemos que o elevado grau de endividamento das famílias, o encarecimento do custo do crédito e a forte elevação da incerteza em torno da economia no próximo governo serão importantes fatores limitantes para o desempenho de serviços ao longo de 2023.

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