Em setembro, o setor de serviços recuou 0,6% na comparação com agosto, abaixo da expectativa mediana do mercado (avanço de 0,5%, Broadcast). Na comparação interanual houve crescimento de 11,4% a/a (resultado influenciado pela base de comparação baixa). Além disso, tivemos revisão para o crescimento do setor de serviços no mês anterior de 0,5% para 0,4%.
Houve recuo em quatro das cinco atividades, com destaque para a contração no setor de transportes, que possui o maior peso no setor de serviços. Houve recuo de 1,9% no mês com destaque para o recuo do grupo transporte aéreo (-9,0%), diante do aumento do preço das passagens aéreas em 28,19%. A receita nominal do setor aéreo, por sua vez, aumentou 3,4%. Além disso, o transporte rodoviário e ferroviário de cargas também puxaram o índice para baixo no mês.
Também tivemos contração no grupo de informação e comunicação (-0,9%), serviços administrativos (-1,1%) e outros serviços (-4,7%). Houve crescimento no índice de atividades turísticas (IATUR-PMS), que avançou 0,8%, sendo a quinta taxa positiva consecutiva. Apesar do avanço recente, as atividades turísticas se encontram 20,4% abaixo do período pré pandemia, salientando que ainda há espaço para normalização do setor.
O grupo de serviços prestados às famílias foi o único que apresentou taxa positiva em setembro (1,3% m/m). Esse foi o setor que mais sofreu com os impactos da pandemia, diante do caráter presencial das atividades (hotéis, restaurantes, etc.). Com o arrefecimento da pandemia, esse grupo permanece em trajetória de recuperação, apresentando a sexta taxa positiva consecutiva. Mesmo com a recuperação recente, o setor ainda está 16,2% abaixo do período pré pandemia e deve sustentar o crescimento do setor nos próximos meses.
O resultado de setembro interrompe a sequência de cinco taxas positivas consecutivas na PMS. Com isso, o setor encontra-se 3,7% acima do período pré pandemia e está 8,0% abaixo do recorde da série (novembro de 2014).
Para outubro, os indicadores antecedentes mostram recuperação do setor. A sondagem dos serviços da FGV avançou 1,8% m/m e o índice de confiança empresarial subiu 0,4% m/m. Além disso, o PMI para o mês de outubro veio positivo, estando em 54,9 (acima de 50 indica crescimento do setor).
Com o resultado da PMS, revisamos nossa projeção para o IBC-Br de setembro para 1,6% a/a e -0,3% m/m.