Com este resultado, o setor de serviços se encontra 10,8% acima do período observado antes da pandemia e 2,6% abaixo do nível mais elevado da série histórica (dez/22), deixando um carrego estatístico de -0,6% para o quarto trimestre de 2023 e de 2,2% para o ano.
Na comparação mensal, três das cinco atividades investigadas acompanharam a retração do índice, com destaque para Serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%), eliminando o ganho observado em agosto, Informação e comunicação (-0,7%), acumulando queda de 1,7% no trimestre, e Transportes (-0,2%), influenciado negativamente pelos setores de transporte rodoviário de carga. Por outro lado, os Serviços prestados às famílias (3,0%), recuperando quase toda a queda observada em agosto, e Outros serviços (0,8%), retomando crescimento após três meses negativos, assinalaram os únicos avanços do mês. Em relação aos Serviços prestados às famílias, vale destacar o desempenho do segmento de Outros serviços prestados às famílias (16,3%) impactado diretamente pela atividade de espetáculos musicais.
Na comparação anual, o volume do setor de serviços recuou 1,2%, interrompendo a sequência de 30 taxas positivas consecutivas. Nesse sentido, três das cinco atividades acompanharam a variação negativa do índice, com destaque para Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-2,2%), que exerceram o principal impacto negativo, Outros serviços (-4,7%) e de informação e comunicação (-0,7%). Além disso, a difusão também foi ruim, apenas 47,6% dos 166 tipos pesquisados apresentaram crescimento. Em sentido oposto, os Serviços prestados às famílias (2,5%) e os Profissionais, administrativos e complementares (0,7%) foram as únicas contribuições positivas sobre o volume de serviços. Por fim, a média móvel trimestral recuou 0,4% no trimestre encerrado em setembro frente ao mês anterior.
Em setembro de 2023, o índice de atividades turísticas apresentou crescimento de 1,5% m/m. Assim, o segmento de turismo se encontra 4,5% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 2,9% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
O resultado de setembro corrobora a nossa visão de desaceleração da atividade ao longo do segundo semestre. Nesse sentido, vale destacar a desaceleração do setor de transportes e armazenagem tendo em vista a dissipação dos efeitos positivos da produção agrícola. Além disso, a leitura dos Serviços prestados às famílias deve ser realizada com cautela, uma vez que tal resultado foi impacto pela realização de eventos momentâneos e não deve se perpetuar ao longo do ano. Dessa forma, a conjuntura mais adversa, sobretudo no que diz respeito aos indicadores de mercado de crédito livre para as famílias e o endividamento em níveis historicamente elevados combinadas à uma taxa de juro ainda significativamente restritiva devem funcionar como vetores negativos para a dinâmica do setor ao longo do ano.