As transações correntes registraram déficit de US$8,1 bilhões em janeiro, ante déficit de US$8,3 bilhões no mesmo mês do ano passado. O resultado veio praticamente em linha com a expectativa do mercado (déficit de R$8,0 bilhões, Broadcast). Em doze meses, o déficit em transações correntes somou US$27,7 bilhões (1,71 % do PIB). A redução do déficit na comparação interanual ocorreu pela melhora na balança comercial (aumento de US$1,1 bilhão). Por outro lado, a conta serviços e rendas vieram piores (-US$507 milhões e -US$407 milhões, respectivamente).
Em janeiro, a balança comercial registrou déficit de US$1,5 bilhão, ante saldo negativo de US$2,6 bilhões no mesmo mês do ano passado. O resultado veio pior que a expectativa mediana do mercado (déficit de US$0,165 bilhão, Broadcast). As exportações apresentaram desaceleração na margem, totalizando US$19,8 bilhões, porém representando um aumento de 31% na comparação interanual. Já as importações apresentaram leve queda na margem, ficando em US$21,3 bilhões, representando um aumento de 20% a/a.
A conta de rendas apresentou um déficit de US$5,1 bilhões, aumento de 7,8% a/a. O crescimento ocorreu pela elevação de 129% da conta de lucros e dividendos, chegando ao déficit de US$2,5 bilhões. Já a conta de juros apresentou déficit de US$2,9 bilhões, uma queda interanual de 25%. Já a conta de serviços apresentou déficit de R$1,5 bilhão, aumento de 51% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Os termos de troca (relação entre preço de produtos exportados e importados) recuaram pelo sexto mês consecutivo, acumulando queda de 15% no período. O recuo no mês de dezembro foi de -0,3% m/m (dado com defasagem). Os termos de troca estão em patamares próximos a média de 2020, porém 6,5% acima do nível dos últimos 5 anos pré pandemia. A desaceleração do índice anda em linha com a redução das exportações no período. Já o índice de commodities do Banco Central (em R$), em janeiro, apresentou significativo aumento na margem (3,0%), com destaque para a elevação no índice de energia (8,7%).
Na conta financeira, o investimento direto no país (IDP) totalizou US$4,7 bilhões em janeiro, melhor que a expectativa do mercado (US$3,5 bilhões, Broadcast). O resultado advém do ingresso líquido na participação do capital (US$4,4 bi). Já as operações intercompanhia somaram entradas líquidas de US$307 milhões. Em doze meses, o IDP acumula US$47,7 bilhões (2,94% do PIB), ante US$38,4 bilhões (2,7% do PIB) em janeiro de 2021.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$5,7 bilhões, com ingresso líquido de US$3,5 bilhões em títulos de dívida e US$2,2 bilhões em ações e fundos de investimento. Em doze meses, os ingressos líquidos em carteira totalizaram US$25 bilhões.